sábado, 24 de dezembro de 2016

Não Viu? Eu Recomendo! - "Era uma Vez no Oeste"

Era uma Vez no Oeste
(C'era una Volta il West)
Direção: Sergio Leone
Disponibilidade: Online/ Download/ Netflix

Por: Obi-Wan



         Quem acompanha o H35mm há algum tempo sabe que somos grandes admiradores de Sergio Leone. O diretor italiano figurou na nossa lista de melhores diretores de todos os tempos por seus grandes clássicos do gênero Western, principalmente a trilogia do dólar e esta obra-prima de 1968, "Era uma Vez no Oeste". Sem contar com a participação de Clint Eastwood no papel do pistoleiro silencioso, Leone escala o igualmente icônico Charles Bronson como "Harmonica", um misterioso viajante que chega a uma cidade em Utah, na mais avançada fronteira do Oeste americano. As intenções de Harmonica permanecem obscuras até o final do filme, permitindo que o roteiro explore uma série de outros personagens interessantes além desta clássica figura comum a quase todos os westerns.

Crítica: "O Nascimento de Uma Nação"

O Nascimento de Uma Nação
(The Birth of a Nation)
Drama

Data de Estreia no Brasil: 10/10/2016
Direção: Nate Parker
Distribuidora: Fox Filmes

Para qualquer cineasta, realizar a proposta deste “O Nascimento de uma Nação” seria uma tarefa ambiciosa, dada todas as nuances que o projeto requer em sua construção. Já que este é o trabalho de estréia na direção de alguém, constatamos que o projeto ganha contornos quase  que megalomaníacos. A parte interessante é que o jovem Nate Parker se sai moderadamente bem em seu projeto inicial, sabendo realçar temas instigantes e abordando momentos dramáticos com sensibilidade, porém, este é um trabalho inconsistente também, se transformando numa versão menos impactante e envolvente de “Coração Valente”.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Crítica: "Rogue One - Uma História Star Wars" (vídeos)



        Olá Jovens Padawans! Nós do H35mm aguardávamos ansiosamente a estreia de "Rogue One", primeiro spin-off da saga Star Wars, e certamente não nos decepcionamos com o resultado. Empolgados com o clima de Star Wars proporcionado pela estreia do longa resolvemos fazer nossa crítica sobre o filme em dois vídeos: um primeiro sem spoilers e um segundo com spoilers. Lhes deixamos os links abaixo e, como sempre, que a Força esteja com vocês!

Crítica sem spoilers:


Análise com spoilers:


domingo, 18 de dezembro de 2016

Top 10 Melhores e Piores Momentos de Star Wars (vídeos)



         Fala Jovens Padawans! Em clima de estreia de Rogue One deixamos aqui neste post um top 10 especial contendo os melhores E piores momentos de toda a saga Star Wars. Acabamos nos esquecendo de algum destes momentos? Deixem sua opinião nos comentários e que a Força esteja com vocês!

Os melhores:


E os piores momentos:


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Crítica: "Invasão Zumbi"

Invasão Zumbi
(Train to Busan)
Data de Estreia no Brasil: 29/12/2016
Direção: Sang-ho Yeon
Distribuição: Paris Filmes


        Apesar da forte presença dos zumbis na cultura popular nos últimos anos, é difícil encontrar bons filmes do gênero feitos nos últimos dez anos. Chovem filmes thrash que não sabem lidar com as criaturas como ameaças e antagonistas, explorando-as como mera desculpa para o gore ou mostrar o quanto um personagem é badass (estou falando de você, "Resident Evil"). O grande mérito deste novo "Invasão Zumbi", portanto, é recuperar o antigo significado de crítica social elaborado por George A. Romero em sua clássica franquia de zumbis dos anos 1960. O roteiro escrito pelo diretor Sang-ho Yeon acompanha Yoo Gong, um empresário bem-sucedido e pai ausente que cede ao desejo de sua filha Soo-an Kim e decide levá-la de trem até sua ex-esposa em Busan (daí vem o título em inglês). Logo após o embarque os personagens começam a perceber que alguns dos passageiros não estão se comportando de forma muito "normal", ou seja, estão pulando no pescoço de outras pessoas.

Crítica: "Animais Noturnos"

Animais Noturnos
(Nocturnal Animals)
Data de Estreia no Brasil: 29/12/2016
Direção: Tom Ford
Distribuição: Focus Features

           Chegando no Brasil dois dias antes do fim de 2016, "Animais Noturnos" é para mim um resumo de todos os elementos de excelência cinematográfica que apareceram de maneira tão tímida e escassa ao longo de todo o ano. Independente de gostar ou não deste filme, é inegável que ele proporciona uma experiência profundamente marcante. O novato diretor Tom Ford (seu único outro crédito é "Direito de Amar" (2009)) foi duplamente nomeado ao Globo de Ouro de 2017 (diretor e roteirista), de forma merecida, por "Animais Noturnos". Estrelando Amy Adams e Jake Gyllenhaal, o filme é estruturado de forma a utilizar a metalinguagem para contar sua história: acompanhamos ao mesmo tempo a personagem de Amy Adams (Susan Morrow) e a história que ela lê no livro que seu ex-marido Edward lhe enviou, intitulado "Animais Noturnos".

domingo, 11 de dezembro de 2016

Crítica: "Sing"

Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
(Sing)
Data de Estreia no Brasil: 22/12/2016
Direção: Garth Jennings, Christophe Lourdelet
Distribuição: Universal Pictures


          A fábula é uma das mais antigas formas encontradas pela humanidade para transmitir ensinamentos a crianças. Por algum motivo, animais falantes são uma forma eficaz de transmitir a famosa "moral da história". Sendo assim, é um fenômeno nada incompreensível o fato de "Sing" ser o quinto filme de animação com animais falantes de 2016 a ter uma crítica neste blog (os outros são: "Zootopia", "Angry Birds", "Procurando Dory", e "Pets"). Destes que citei acima, "Zootopia" destaca-se por sua genialidade ao explorar importantes problemas sociais através de inteligentes metáforas entre predadores e presas. Por outro lado, "Pets" é um filme absolutamente sem graça e totalmente formulaico. Em termos de qualidade, "Sing" fica no meio termo entre estes dois títulos.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Top 10 Filmes Decepcionantes de Grandes Diretores (vídeo)



    Há alguns meses atrás lançamos no H35mm nosso top 10 melhores diretores de todos os tempos. Utilizando uma estrutura semelhante falamos agora sobre o que julgamos serem os 10 filmes mais frustrantes já produzidos por grandes cineastas. Confiram o vídeo abaixo e que a Força esteja com vocês!


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Crítica: "A Criada"

A Criada
(Ah-ga-ssi)
Drama/Romance/Suspense
Data de Estreia no Brasil: 17/01/2016
Direção: Park Chan-Wook
Distribuidora: Mares Filmes



Caso não fosse a birra ridícula do júri no festival de Cannes de 2016 em não premiar os favoritos da crítica, Park Chan-Wook (realizador do excepcional "Oldboy") seria o vencedor do prêmio de melhor diretor no festival por seu trabalho neste novo longa, “A Criada”. E com todo merecimento, visto que o filme se constrói a partir da abordagem carregada de suspense e erotismo de seu diretor para contar uma história de trapaça, ambição e paixão. E se a premissa temática apresentada acima interessou o leitor, acredite, a construção dramatizada da película não só faz justiça a tais temas, como ainda sabe brincar a todo momento com a expectativa de seu público que nunca consegue prever qual será o próximo passo dos personagens.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Crítica: "Sully: O Herói do Rio Hudson"

Sully
Data de Estreia no Brasil: adiada por tempo indeterminado
Direção: Clint Eastwood
Distribuição: Warner Bros.

       Gostando ou não de seu trabalho, é impossível negar que Clint Eastwood é um dos diretores mais eficientes trabalhando em Hollywood no momento. O ator/diretor é conhecido na indústria por trabalhar de forma rápida e econômica, quase nunca entregando um filme acima do orçamento previsto ou atrasado em relação a data prevista de entrega para distribuição. Eastwood é o tipo de diretor minucioso que prepara tudo de forma precisa antes da gravação e consegue obter os resultados desejados com poucos takes (número de vezes que se filma a mesma cena). Trabalhando dessa forma Eastwood errou muito pouco em sua carreira de diretor ao longo das décadas, produzindo verdadeiras obras-primas, como “Imperdoáveis” (1992) e “Cartas de Iwo Jima” (2006). “Sully” não chega perto desses dois filmes em termos de qualidade, mas certamente não faz feio, mostrando muito da eficácia pela qual o diretor é conhecido.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Crítica: "Hell or High Water" ("A Qualquer Custo")

A Qualquer Custo
(Hell or High Water)
Data de Estreia no Brasil: 05/01/2016
Direção: David Mackenzie
Distribuição: CBS Films


        A expressão em inglês "come hell or high water" traduziria-se para o português em algo semelhante à "custe o que custar". Há também um termo chamado cláusula "hell or high water" em contratos bancários, indicando que o credor deve pagar o que deve ao banco sob qualquer circunstância. Dessa forma, apesar de a tradução brasileira ("A Qualquer Custo") fazer jus ao conteúdo do filme, não chega aos pés da genialidade do título original, que explica de uma vez só os dois principais elementos da trama do filme e da jornada da familha Howard. O filho mais novo Toby é um texano divorciado que não consegue pagar a pensão alimentícia de seus filhos. Já seu irmão Tanner passou 10 anos na prisão e foi recém liberado. A narrativa do filme se desenrola a partir da decisão tomada pelos dois de roubar pequenos bancos da região Oeste do Texas para pagar a hipoteca que sua falecida mãe havia feito no rancho da família.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Crítica: "Jack Reacher: Sem Retorno"

Jack Reacher: Sem Retorno
(Jack Reacher: Never Go Back)
Data de Estreia no Brasil: 24/11/2016
Direção: Edward Zwick
Distribuição: Paramount Pictures


           Tom Cruise é sem sombra de dúvidas uma das maiores estrelas de Hollywood atualmente. Nome carismático e controverso dentro dos Estados Unidos (principalmente por conta da cientologia), sua figura é extremamente valiosa para os grandes estúdios, levando a um quase certo sucesso de bilheteria para o filme que conta com sua presença. Sendo assim, surgiu em 2012 "Jack Reacher", uma franquia de ação que tem como principal destaque a figura de Cruise no papel de protagonista. Tanto no filme anterior quanto nesta sequência, o renomado ator interpreta um ex-militar veterano que deixou o serviço por razões pessoais e acaba sendo obrigado a voltar à ativa. Neste filme de 2016, Reacher é um andarilho que vaga pelo país prestando alguns serviços esporádicos à uma Major do exército, que acaba sendo presa por espionagem, jogando Reacher em meio a uma grande trama de conspiração política.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Crítica: "A Chegada"

A Chegada
(Arrival)
Drama/SciFi
Data de Estreia no Brasil: 24/11/2016
Direção: Denis Villeneuve
Distribuição: Sony Pictures

Em um ano como 2016, de acontecimentos terríveis tanto no cinema, política, catástrofes naturais e etc, seria fácil para que um filme como “A Chegada” caísse num cinismo ácido, ou mesmo que demonstrasse propensões sentimentalistas extremamente artificiais (estou olhando para você, Interestelar!). Felizmente, estamos falando do mais novo longa de Denis Villeneuve, que é um diretor talentoso que consegue abordar temas extremamente humanos e complexos enquanto cultiva uma narrativa coesa e de atmosfera melancólica e inquietante. Com uma disposição para explorar tanto o intelecto quanto o emocional de sua protagonista, o filme é desde já um dos melhores do ano e com toda certeza um dos favoritos para abocanhar alguns prêmios na próxima temporada.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Crítica: "Animais Fantásticos e Onde Habitam"

Sendo uma das estreias mais aguardadas no fraco ano de 2016, "Animais Fantásticos e Onde Habitam" é o tema da nossa crítica em vídeo de hoje que pode ser conferida na integra no link abaixo:



(Atualizado - 20/11)

Assista também nossos comentários com spoilers: 



Muito obrigado e que a força esteja com vocês!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Crítica: "Um Estado de Liberdade"

Um Estado de Liberdade
(Free State of Jones)
Data de Estreia no Brasil: 17/11/2016
Direção: Gary Ross
Distribuição: Paris Filmes


          A Guerra de Secessão é um dos pontos que sempre recebem enorme atenção quando se aborda a história dos Estados Unidos. Entretanto, há uma grande distância entre as discussões que fazemos sobre o tema em um ambiente historiográfico e as percepções do senso comum. Uma das primeiras noções que abordamos é a de que a chamada Guerra Civil envolveu muito mais questões do que um lado "bom" dos abolicionistas da União e o lado do "mau" dos confederados escravistas. Este é justamente um dos maiores acertos de "Um Estado de Liberdade". Ao contar a história (baseada em registros históricos) de um ex-capitão confederado que deserda a guerra o filme consegue explorar as questões de um ponto de vista mais "externo" ao conflito, abordando o sofrimento da população e de pessoas comuns ao invés de focar suas atenções em um dos lados do conflito.

domingo, 6 de novembro de 2016

Crítica: "Doutor Estranho"

Doutor Estranho
(Doctor Strange)
Data de Estreia no Brasil: 03/11/2016
Direção: Scott Derrickson
Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures


         Com um universo firmemente estabelecido no cinema, a Marvel Studios se permite ousar mais a cada ano. Após o estabelecimento de seu time principal de super-heróis e dos Vingadores, o estúdio passou a explorar personagens menos conhecidos do público geral, enveredando para diferentes sub-gêneros. O estrondoso sucesso de "Guardiões da Galáxia" (2014) foi a prova de que qualquer coisa que a Marvel lance hoje será minimamente bem sucedida. Dessa forma, a Marvel hoje em dia é capaz de pegar um personagem muito pouco conhecido do público, como Stephen Strange e transforar um filme solo de tal herói em uma aposta pouco arriscada. Contando com o rosto conhecido e adorado de Benedict Cumberbatch e um excelente material promocional, a Marvel Studios foi capaz de transformar "Doutor Estranho" em mais um enorme sucesso de bilheteria e crítica.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Não Viu? Eu Recomendo! - "Un Poquito de Tanta Verdad"

Un Poquito de Tanta Verdad
Documentário
Direção: Jill Friedberg
Disponibilidade: YouTube

Por Obi-Wan


         "Un Poquito de Tanta Verdad" é um documentário mexicano de 2007 que se propõe a narrar os acontecimentos desenrolados na cidade de Oaxaca durante o segundo semestre de 2006. Toda a sucessão de eventos começou com uma greve de professores que teve início em junho de tal ano. Tal movimentação da categoria magisterial levou a uma forte repressão por parte da polícia comandada pelo questionado governador Ulises Ruiz Ortiz, tendo como consequência uma grande rebelião popular composta por uma série de manifestações pacíficas por toda a cidade que tinham como principal objetivo a deposição do governador em resposta a sua atitude de opressão frente ao movimento dos professores.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Crítica: "Pequeno Segredo"

Pequeno Segredo
Drama/Biografia
Data de Estreia no Brasil: 03/11/2016
Direção: David Schurmann
Distribuidora: Diamond Films



         Quando assistimos a um filme “baseado em uma história real” ficamos obviamente mais flexíveis em aceitarmos coincidências e acontecimentos clichês, os quais caso fossem encontrados numa obra puramente ficcionais nos desagradariam imensamente, já que tais momentos tentam se justificar com a ideia de que aquele filme retrata eventos que realmente tiveram seu lugar na realidade. Contudo, é sintomático que ao se estabelecer tal perspectiva em relação aos acontecimentos da estória em si, a expectativa do público deva ser compensada com uma estrutura de trama mais sofisticada (para que se possam maquiar os acontecimentos clichês), bem como um grau de complexidade maior dos personagens, já que, se estamos falando de pessoas e acontecimentos reais, estes por si só existem em contradição e força emotiva capazes de criar múltiplas facetas. Assim, fica fácil perceber como “Pequeno Segredo” é por vezes muito bem-sucedido em sua construção estrutural, mas é extremamente falho ao dar profundidade a seus personagens, tornando-se uma obra maniqueísta e extremamente tendenciosa.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Crítica: "Capitão Fantástico"

Capitão Fantástico
(Captain Fantastic)
Data de Estreia no Brasil: 22/12/2016
Direção: Matt Ross
Distribuição: Bleecker Street Media


    Por mais decepcionante que o cinema mainstream esteja sendo neste ano de 2016, sempre há a esperança de assistir filmes excelentes e originais, basta ficar atento aos chamados indie movies. Filmes independentes são sim feitos pela mesma indústria e sistema responsável pela produção do restante dos filmes, não há como fugir disso. No entanto, a ausência de uma ligação com um grande estúdio e um orçamento reduzido conferem maior liberdade para que os produtores possam expor suas ideias sem a necessidade manifesta de pensar em questões de mercado. O Festival de Sundance tornou-se praticamente um oásis para estes produtores independentes, que levam seus filmes e os exibem esperando que uma produtora compre os direitos de exibição. Tal produtora tem o direito apenas de exibir o filme pronto, não reeditar ou modificar nada do material finalizado. É dessa maneira que estes filmes produzidos com baixíssimo orçamento conseguem atingir um público maior sem perder sua essência

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Crítica: "A Luz Entre Oceanos"

A Luz Entre Oceanos
(Light Between Oceans)
Drama/Romance
Data de Estreia no Brasil: 03/11/2016
Direção: Derek Cianfrance
Distribuição: Paris Filmes



É difícil saber por onde começar quando se trata de escrever sobre “A Luz Entre Oceanos”. É um filme bonito em seus aspectos técnicos mais básicos, porém pouco impactante. O longa dirigido por Derek Cianfrance tinha potencial para ser um sério candidato ao oscar (suas temáticas são um prato cheio para os membros da academia) ao mesmo tempo que também poderia ser um melodrama ridículo e aborrecido. Da forma com que foi construído, o filme traz, sim, a aura de um melodrama vencedor do oscar de melhor filme, mas sempre de forma tão pouco provocativa e que parece ter tão pouco a dizer que paradoxalmente, embora se desenvolva de forma lenta, possui um desfecho atropelado e repentino.

domingo, 23 de outubro de 2016

Análise: "O Senhor Dos Anéis" (Parte 1/2)


Crítica: "A Garota no Trem"

A Garota no Trem
(The Girl on the Train)
Suspense/Mistério
Data de Estreia no Brasil: 27/10/2016
Direção: Tate Taylor
Distribuição: Universal Pictures



         É difícil sair da sessão de “A Garota no Trem” sem pensar que o longa representa uma excelente construção psicológica de seus personagens, com momentos de rimas temáticas e interação destes que despertam a curiosidade do espectador. Porém, também é difícil sair da sala de projeção sem pensar que a lentidão do filme em sua construção narrativa (de “grandes revelações”), apesar de se mostrar até que consistente em proposta, acaba sendo uma experiência desgastante pro público que espera por duas horas ser surpreendido, mas que consegue antecipar todos os passos dos indivíduos presentes na narrativa – e levando em consideração que estamos falando de um suspense/mistério é ainda mais alarmante que o resultado beire muitas vezes o tedioso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Crítica: "O Contador"

O Contador
(The Accountant)
Ação
Data de Estreia no Brasil: 20/10/2016
Direção: Gavin O'Connor
Distribuição: Warner Bros.


“O Contador” é uma bobagem divertida e funcional, mas ainda assim uma bobagem. Traçando caminhos narrativos irritantes que apostam em informações dadas de forma expositiva e reviravoltas implausíveis, este novo longa dirigido por Gavin O’Connor enaltece suas qualidades quando não se leva a sério, mas se auto sabota por completo em seu terceiro ato com revelações que quando não são óbvias soam irritantemente absurdas – e falo isto de um filme que em boa parte de sua duração aposta no mesmo absurdo só que de uma forma descompromissada que se torna divertida, o que nos deixa a ligeira impressão de um potencial desperdiçado.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Crítica: "Kubo e as Cordas Mágicas"

Kubo e as Cordas Mágicas
(Kubo and the Two Strings)
Data de Estreia no Brasil: 13/10/2016
Direção: Travis Knight
Distribuição: Focus Features


         Chegando perto do fim do ano já estamos em um momento seguro para começar a arriscar palpites para o Oscar 2017. Pelas excelentes críticas que recebeu em território estadunidense, "Kubo e as Cordas Mágicas" certamente já entra como forte concorrente na disputa pela estatueta de melhor filme animado. E o faz com justiça, pois é certamente a melhor animação que assisti no ano (até agora). O filme acompanha a épica jornada de Kubo, um menino que mora com sua mãe no topo de uma montanha, próximo a um vilarejo. Logo no início do filme, uma série de eventos levam Kubo a partir em uma jornada em busca de uma espada, uma armadura e um elmo. Estes objetos foram antes procurados por seu pai, um lendário samurai, numa busca que de certa forma desencadeou todos os eventos narrados no filme.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crítica: "Inferno"

Inferno
Ação/Mistério
Data de Estreia no Brasil: 13/10/2016
Direção: Ron Howard
Distribuição: Sony Pictures



         “Inferno” sabe retratar bem o estilo de escrita, forma e conteúdo, de Dan Brown.
Desculpe começar o texto com tamanho insulto, mas ele precisava sair do meu sistema desde que saí da sessão deste novo longa dirigido por Ron Howard e estrelado por Tom Hanks. A verdade é que este “Inferno” (perdoe o trocadilho) não só é uma obra medíocre e maniqueísta do ponto de vista narrativo, como ainda é completamente vazia, sendo o pior exemplar desta trilogia baseada na série de livros de Brown - e estamos falando de outros dois filmes que ficam no nível do “Bom” no máximo. “Inferno” ao menos nos faz refletir sobre a nossa vida, já que com o preço dos ingressos de cinemas e suas longas duas horas de duração, ao fim da projeção repensamos como gastamos nosso tempo de dinheiro.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crítica: "Luke Cage"

Luke Cage
Data de lançamento: 30/09/2016
Distribuição e disponibilidade: Netflix
Produção: Cheo Hodari Coker


       Terceiro fruto da recente parceria entre Marvel e Netflix (os outros dois são "Jessica Jones" e "Demolidor"), "Luke Cage" segue, em muitos sentidos, o altíssimo padrão estabelecido por estas produções. Por outro lado, é capaz de criar algo absolutamente único. O segredo do imenso sucesso dessas séries está em saber utilizar a maior duração propiciada por seu formato de exibição para captar e explorar a essência de seus personagens principais, fazendo das séries verdadeiros estudos de personagem. Foi assim com as complexas discussões sobre justiça e vingança envolvendo o advogado Matt Murdock e a clara alusão ao abuso por parte de Killgrave em "Jessica Jones". "Luke Cage" não é diferente.

Crítica: "Demônio de Neon"

Demônio de Neon
(The Neon Demon)
Terror(?)/Suspense(?)/Nada(?)
Data de Estreia no Brasil: 29/09/2016
Direção: Nicolas Winding Refn
Distribuição: California Filmes



         Nicolas Winding Refn é um pornógrafo! Criando filmes que visam apenas provocar o espectador (aparentemente, o excepcional “Drive” foi um exemplo mais controlado disso) o cineasta de origem dinamarquesa é sem dúvida alguma um dos diretores mais talentosos esteticamente na atualidade, criando composições e lógicas visuais impressionantes - a partir de milhares de técnicas narrativas -, mas que sempre possuem um toque exibicionista e exagerado ao tratar de maneira gráfica e fetichizada tudo o que envolve sexo e violência – Inclusive, a afirmação a qual abri meu texto é do próprio Refn. Assim, após defender o dinamarquês por seus quatro últimos filmes (sim, aprecio até mesmo o tão criticado “Apenas Deus Perdoa”) me vejo na obrigação de afirmar que sua auto-indulgência chegou a seu ápice, ultrapassando qualquer limite do aceitável com este “Demônio de Neon”, que consegue ser uma obra impactante em seus aspectos técnicos, mas completamente vazia (e por vezes reprovável) em seu conteúdo.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Não viu? Eu recomendo! - "Senna"

Senna
(Senna - Beyond the Speed of Sound)
Direção: Asif Kapadia
Disponibilidade: Netflix/Online/Dowload


Por: Han Solo


“Senna, O Brasileiro, O Herói, O Campeão” é uma obra que sabe expor toda a complexidade de seu personagem biografado, se mostrando um thriller emocionante e intenso que conta a história de um jovem e talentoso piloto que infelizmente perdeu sua vida de forma precoce, fazendo justamente aquilo que mais amava no auge de sua carreira. Este longa de Asif Kapadia perpassa por todos os âmbitos de uma excelente obra cinematográfica de ficção, com apresentação de personagens, divisão clara de atos, com direito a clímax (conduzido por uma montagem lancinante) e ainda um antagonista que gera antipatia ao público, ainda que não seja uma figura plana.

sábado, 1 de outubro de 2016

Crítica: "Horizonte Profundo: Desastre no Golfo"

Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
(Deepwater Horizon)
Data de Estreia no Brasil: 10/11/2016
Direção: Peter Berg
Distribuição: Paris FIlmes


       Hollywood adora uma tragédia. Os chamados "filmes de desastre" tem praticamente um gênero só seu dentro da indústria do cinema e costumam fazer muito sucesso com o público. O lado positivo dessa ampla produção é que há uma gama muito variada de filmes que exploram a temática, indo desde desastres apocalípticos (como por exemplo "O Dia Depois de Amanhã" (2004)) até representações de acontecimentos reais. "Horizonte Profundo" se encaixa neste último grupo, mostrando a perspectiva do engenheiro Mike Williams sobre as últimas horas que antecederam o maior acidente já registrado em uma petrolífera, a explosão da Deepwater Horizon no mar do Golfo em abril de 2010, responsável por causar um gigantesco derramamento de petróleo e um dos maiores desastres ecológicos recentes.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crítica: "O Lar das Crianças Peculiares"

O Lar das Crianças Peculiares
(Miss Peregrine's Home for Peculiar Children)
Data de Estreia no Brasil: 29/09/2016
Direção: Tim Burton
Distribuição: Twentieth Century Fox Film Corporation


         É impossível olhar para o pôster deste filme sem pensar que Tim Burton está em casa ao dirigir o projeto. Partindo apenas da percepção gerada pelo trailer e pelas artes conceituais, "O Lar das Crianças Peculiares" (ao qual a partir de agora me referirei utilizando apenas a última parte do título, por pura preguiça) parece um X-men com a tradicional esquisitice trazida por Burton. Nesse sentido, meu maior medo era que o filme apostasse em uma estrutura que tentasse pegar a onda de sucesso dos filmes de super-herói e acabasse perdendo em originalidade. Para minha surpresa e alegria, "Peculiares" não é genérico pelas razões que eu imaginava. Mas para minha tristeza, o é por outras.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Crítica: "O Mestre dos Gênios"

O Mestre dos Gênios
(Genius)
Data de Estreia no Brasil: 22/09/2016
Direção: Michael Grandage
Distribuição: Roadside Attractions


       Com estréia prevista para 22 de setembro, Genius chega aos cinemas brasileiros trazendo um bálsamo para os apreciadores da literatura canônica norte-americana. O filme agrega em si, um propósito multi-biográfico que abraça as trajetórias do editor Max Perkins (Colin Firth) e do clássico autor Thomas Wolfe (Jude Law), tangenciando personalidades como Ernest Hemingway (Dominic West) e F. Scott Fitzgerald (Guy Pearce). Nicole Kidman, que já havia retratado Martha Gelhorn, esposa de Hemingway, anteriormente, troca de companheiro e encarna Aline Bernstein, companheira de Wolfe.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Crítica: "Sete Homens e um Destino"

Sete Homens e um Destino
(The Magnificent Seven)
Data de Estreia no Brasil: 22/09/2016
Direção: Antoine Fuqua
Distribuição: Columbia Pictures


         "Os Sete Samurais" não só é comumente considerado um dos maiores filmes de todos os tempos, mas é também um dos principais responsáveis pela criação do gênero "ação" no cinema. O amado filme do diretor Akira Kurosawa foi lançado em 1954 e 6 anos depois recebeu um remake, o também aclamado "Sete Homens e um Destino", que transportava a história do Japão do século XVI para o velho oeste. Portanto, esta nova parceria entre o diretor Antoine Fuqua e Denzel Washington é o segundo filme de 2016 (o outro foi "Ben-Hur") a fazer um remake de um remake. Nos dois casos, o resultado final não é lá muito diferente.

Crítica: "Boi Neon"

Boi Neon
Drama
Data de Estreia: 14/01/2016
Direção: Gabriel Mascaro
Distribuição: Imovision

         A recente polêmica envolvendo a não indicação do filme "Aquarius" como representante brasileiro no oscar fez com que todos os cinéfilos voltassem seus olhos não somente para a obra soberba de Kléber Mendonça Filho, mas também para todos os outros pré indicados que haviam feito algum barulho no decorrer do ano. Assim, alguns filmes que estrearam sem cabine de imprensa e sem um número abastado de salas de cinema acabaram passando batido para as nossas críticas. Agora escrever sobre estes filmes é mais importante do que nunca, visto que para julgar se realmente Aquarius era o melhor filme brasileiro do ano é preciso que apresentemos nossa própria visão dos outros concorrentes - não que isso reduza o caráter de revanchismo político que a indicação de “Pequeno Segredo” representa, já que o filme com Sonia Braga era a nossa melhor chance em anos de ganhar um prêmio da academia. Continua sendo uma decisão estúpida com um auto grau de repressão-. Em meio a todo esse transtorno ideológico, dois filmes se retiraram da competição em nome do filme de Mendonça Filho, um deles é este excelente e metafórico “Boi Neon”.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Crítica: "Hardcore: Missão Extrema"

Hardcore: Missão Extrema
(Hardcore Henry)
Ação
Data de Estreia no Brasil: 04/08/2016*
Direção: Ilya Naishuller
Distribuição: Diamond Filmes



A originalidade de "Hardcore: Missão Extrema" (a partir de agora somente "Hardcore") e seu alto grau de entretenimento estão diretamente ligados a seus defeitos. Produzido como uma grande sequencia de ação retirada totalmente de missões de jogos de vídeo games, o longa abraça sua origem sem qualquer receio para criar sequencias de ação visualmente impressionantes que nos guiam por uma história de personagens sem qualquer profundidade, mas com uma funcionalidade indiscutível mostrando que todos os defeitos e os acertos do filme são minuciosamente pensados e calculados pelos produtores em seus curtos, porém extremamente divertidos, 96 minutos de projeção.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Crítica: "Cães de Guerra"

Cães de Guerra
(War Dogs)
Data de Estreia no Brasil: 08/09/2016
Direção: Todd Phillips
Distribuição: Warner Bros.


         Antes de mais nada, gostaria de expressar minha satisfação com a tradução literal do título em inglês, uma vez que sua proposital estranheza diz muito sobre a história e sobre o que é de fato o filme. Uma das histórias baseadas em fatos reais mais absurdas que eu já vi, o filme narra os esforços de David Packouz (Miles Teller) e Efraim Diveroli (Jonah Hill), dois jovens da comunidade judaica de Miami que entram no aquecido mercado de venda de armamentos para o exército norte-americano. Em guerra contra o Iraque no período em que a história do filme se passa (2005 - 2008), o governo de Bush lança milhares de licitações em um site na internet procurando negociantes para armar e equipar seus soldados. Enquanto as grandes companhias entram no jogo em busca dos grandes contratos, a empresa de David e Efraim vão atrás das licitações pequenas, "as migalhas que em conjunto formam uma torta inteira" como diz Efraim.

domingo, 4 de setembro de 2016

Não Viu? Eu Recomendo! - "O Som ao Redor"

O Som ao Redor
Drama
Direção: Kleber Mendonça FIlho
Disponibilidade: Netflix/Download/Online

Por Obi-Wan

     Dirigido pela mesma mente responsável por "Aquarius", "O Som ao Redor" foi a seleção oficial do Brasil para a categoria de melhor filme em língua estrangeira no Oscar de 2014. Apesar de não ter conseguido a tão almejada indicação, o filme chamou muita atenção tanto no Brasil quanto fora. A temática de "O Som ao Redor" e o estilo visual elaborado por Kleber Mendonça Filho fazem deste um filme único, que soa diferente de qualquer outra coisa que você já tenha visto. Sem ter uma trama exatamente bem delimitada, o filme é estruturado em "partes" que mais parecem capítulos de um livro. Cada sequência de "O Som ao Redor" dedica-se ao desenvolvimento de um personagem e de uma vivência em um bairro nobre no Recife.

Crítica: "Aquarius"

Aquarius
Drama
Data de Estreia: 01/09/2016
Direção: Kleber Mendonça Filho
Distribuição: Vitrine Filmes



Parte 1: O Filme de Clara

Ancorado num estudo de personagem que por sua vez se estrutura a partir de uma trama bem definida daquele que é o principal motor do cinema, o conflito, Aquarius apresenta uma história de antagonismos complexos que, é claro, tendem para a protagonista do longa: Clara. Estudando a forma como a memória se projeta em objetos do nosso cotidiano nas mais variadas formas, a abordagem do longa é genial já que, para estudar a vida e a psique de uma personagem, este se constrói solidamente dentro de metáforas sócio-políticas que fazem com que o próprio longa transcenda em significado, se tornando um objeto que é a própria projeção de um Brasil atual.

Leia a crítica completa em nosso novo site: https://historiaem35mm.wordpress.com/2016/09/04/critica-aquarius/

sábado, 3 de setembro de 2016

Crítica: "O Roubo da Taça"

O Roubo da Taça
Data de Estréia: 08/09/2016
Direção: Caito Ortiz
Distribuição: Paris Filmes


         Todo brasileiro conhece esta história. Como o próprio filme conta em seus minutos iniciais (de maneira bastante efetiva, devo dizer), Jules Rimet era o nome da taça que a seleção campeã de uma Copa do Mundo conquistava. No entanto, o cobiçado troféu ficava sob a posse do país campeão somente até a próxima copa. Só levaria definitivamente a taça a seleção que conquistasse o torneio pela terceira vez seguida. O Brasil atingiu tal feito em 1970, com o famoso time formado por Pelé, Carlos Alberto e companhia. Dessa forma, a taça foi para a sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no Rio de Janeiro. O filme conta a famosa história dos responsáveis pelo roubo da Jules Rimet no fim de 1983.

Crítica: "O Sono da Morte"

O Sono da Morte
(Before I Wake)
Drama/Terror/Suspense
Data de Estreia no Brasil: 01/07/2016
Direção: Mike Flanagan
Distribuição: Playarte Filmes



Dentro de "O Sono da Morte" há um drama psicológico com um forte poder de suspense e que demonstra leves traços de um brilhante filme. Porém, dentro do mesmo longa há um filme de terror que, com uma premissa interessante e com potencial de inventividade, acaba apostando em rostos distorcidos com buracos no lugar dos olhos que são tão clichês quanto o habito dos mesmos de assustar os personagens ao surgir atrás destes com gritos ensurdecedores. Ou seja, se por um lado há sim um clima de tensão construído de maneira eficiente pelo argumento e por uma ambientação predominantemente noturna, por outro o longa falha justamente no gênero no qual este se vende - e, levando em consideração que o público alvo são os fãs de filmes de terror, isto demonstra a fragilidade da produção.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Crítica: "Star Trek: Sem Fronteiras"

Star Trek: Sem Fronteiras
(Star Trek Beyond)
Data de Estreia no Brasil: 01/09/2016
Direção: Justin Lin
Distribuição: Paramount Pictures


          Há 7 anos atrás J. J. Abrams fez o que parecia impossível: dirigiu um excelente reboot de uma das mais antigas e amadas franquias de ficção-científica e da cultura pop em geral. "Star Trek" (2009) conseguiu a façanha de ser um grande sucesso de crítica, agradando o exigente grupo dos trekkies, bem como conquistando um novo público (eu, por exemplo) para a franquia. O filme não foi, entretanto, um estrondoso sucesso de bilheteria, marca também não atingida pela sequência de 2013. Com a saída de J. J. Ambras da cadeira de diretor, a Paramount tomou a decisão de trazer para a continuação o diretor de um estrondoso sucesso de bilheteria "Velozes & Furiosos 6" (2013). O primeiro trailer preocupou muito os fãs por tentar buscar atingir um público mais amplo destacando o nome de seu novo diretor e dando a impressão de ser apenas mais um filme de ação genérico, com a única distinção de carregar a insígnia da Federação.

sábado, 27 de agosto de 2016

Crítica: "O Homem nas Trevas"

O Homem nas Trevas
(Don't Breathe)
Data de Estreia no Brasil: 08/09/2016
Direção: Fede Alvarez
Distribuição: Screen Gems


     "O Homem nas Trevas" é um filme extremamente direto. Com uma curta duração (apenas 88 minutos) o filme segue a cartilha de boa parte dos filmes de terror: jogar o público direto em meio a trama, apostando na desorientação inicial para auxiliar a gerar tensão. Rocky, Alex e Money são jovens de Detroit que realizam pequenos roubos na cidade utilizando as chaves às quais o pai de Alex, gerente de uma empresa de segurança, tem acesso. Os 3 jovens tem a pretensão de deixar sua cidade natal e com este objetivo em mente planejam um roubo à casa de um aposentado veterano de guerra, que ao que tudo indica teria recebido uma polpuda indenização quando sua filha foi atropelada e morta alguns anos antes. A descoberta de que o homem é cego parece tornar tudo ainda mais simples. Parece.

Crítica: "Café Society"

Café Society
Romance/Comédia
Data de Estreia no Brasil: 25/08/2016
Direção: Woody Allen
Distribuição: Imagem Filmes

Créditos iniciais em preto e branco organizados em ordem alfabética, Jazz clássico como trilha sonora, diálogos existencialistas e piadas envolvendo as famílias judias de Nova York, basta estas poucas dicas para ficar claro que estamos falando de mais um filme "escrito e dirigido por Woody Allen". Tendo produzido um longa metragem por ano desde 1969, é natural que o cineasta fosse perder um pouco de fôlego e criatividade com o passar do tempo, com o novaiorquino afirmando ainda que se mantém trabalhando após tantos anos para se manter longe dos pensamentos em relação ao fato de estar cada vez mais próximo da morte. Basta olhar para este novo longa "Café Society" para que constatemos tanto que o talento de Allen não morreu - pelo contrário, este é um dos filmes visualmente mais ambiciosos do diretor - quanto que, com a atual idade do diretor (80 anos), este está muito mais preocupado em se manter trabalhando do que criar uma linha de narrativa coerente para seus roteiro.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Crítica: "Nerve: Um Jogo Sem Regras"

Nerve: Um Jogo Sem Regras
(Nerve)
Data de Estreia no Brasil: 25/08/2016
Direção: Henry Joost, Ariel Schulman
Distribuição: Lionsgate

          "Nerve" acompanha sua personagem principal Vee (Emma Roberts), uma tímida garota de Staten Island que lida com problemas de ansiedade social e medo de sair de sua zona de conforto (como o próprio filme define de maneira exaustiva, mas já chegarei nisso). Através de sua melhor amiga Sydney, Vee começa a participar de um jogo de interação online chamado Nerve, onde pessoas se inscrevem como "jogadores" ou "observadores". Os primeiros são responsáveis por cumprir desafios, (filmando tudo a partir de seus telefones) propostos pelos observadores, que escolhem quem dos jogadores observarão. A premissa de um jogo onde pessoas são obrigadas a cumprir tarefas não é nada inovadora, porém a interação proposta por Nerve, que se faz extremamente presente, ao mesmo tempo que é geograficamente distante, é algo que conversa muito com nossa realidade, constituindo algo extremamente plausível e que permite reflexões muito interessantes.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Crítica: "Pets - A Vida Secreta dos Bichos"

Pets - A Vida Secreta dos Bichos
(The Secret Life of Pets)
Animação
Data de Estreia no Brasil: 25/08/2016
Direção: Yarrow Cheney e Chris Renaud
Distribuidora: Universal Pictures

É realmente uma tarefa difícil escrever sobre "Pets - A Vida Secreta dos Bichos", já que o filme é um passatempo eficiente em sua premissa, mas completamente esquecível e previsível. "Pets" não será uma animação que daqui alguns anos ainda estaremos relembrando passagens e torcendo para uma sequência, na verdade, tenho a certeza de que ao final do ano, com diversas premiações se aproximando, o longa animado será completamente ignorado (ou talvez não, já que 2016 vem se mostrando cada vez mais um ano frustrante para o cinema com a eterna celebração da mediocridade, mas divago...). O filme cumpre bem suas intenções ao desenvolver de maneira correta seus arcos dramáticos, apostando ainda em uma estrutura que remete a "Procurando Dory" (com a divisão entre dois blocos de personagens principais e coadjuvantes) e tramas tiradas diretamente de filmes como Toy Story e Garfield - um péssimo sinal, visto que somente o longa protagonizado pelos brinquedos é uma obra digna de nota.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Crítica: "Ben-Hur"

Ben-Hur
Data de Estreia no Brasil: 18/08/2016
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Timur Bekmambetov


         "Ben-Hur" (1959) é fruto de uma época e de um estilo de fazer filmes muito característico da história do cinema hollywoodiano. Assim como o famoso épico bíblico de Cecil B. DeMille, "Os 10 Mandamentos" (1956), "Ben-Hur" é um dos maiores clássicos da história do cinema. Mas é também um filme extremamente datado. Com temáticas absurdamente apologéticas e enaltecedoras da religião cristã, o filme dirigido por William Wyler (que já era um remake de um filme mudo de 1925) recebeu o justíssimo subtítulo de A tale of the Christ (um conto sobre o Cristo). Portanto, apesar de extremamente bem feito para sua época (com o maior orçamento e os maiores sets construídos até sua data de lançamento), "Ben-Hur" (1959) é extremamente datado em suas temáticas, tornando um remake algo muito bem-vindo. Ele veio em 2016, o que é ao mesmo tempo bom e ruim.

sábado, 13 de agosto de 2016

Crítica: "Negócio das Arábias"

Negócio das Arábias
(A Hologram For the King)
Comédia/Drama
Data de Estreia no Brasil: 04/08/2016
Direção: 
Tom Tykwer
Distribuidora: Mares Filmes

É comum que nós, críticos de cinema, atribuamos como uma característica importante para o filme o fato dele saber o que ele quer ser. Uma obra de cinema deve aparentar pelo menos os caminhos que quer seguir, ou deixar delimitado os que não quer seguir quando for sobre um tema mais específico, traçando um percurso gradual de seus assuntos e ideias demonstrando uma estruturação coerente em seu roteiro. "Negócio das Arábias" é um filme que sabe muito bem o caminho que deseja seguir, mas em momento algum deixa este claro para sua audiência. A obra estrelada por Tom Hanks não só surpreende no desenrolar de sua história como também amarra as pontas de seu filme ao final da projeção, ao menos tematicamente, brincando com a expectativa do espectador que senta na sala de cinema para ver uma comédia de choque cultural explorar traços sócio políticos interessantes em sua ambientação e ainda surpreender com questões dramáticas de relacionamentos humanos no percurso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Crítica: "Sing Street"

Sing Street
Data de Estréia no Brasil: sem previsão
Distribuição: Weinstein Company, The
Direção: John Carney


       Cinema + música costuma ser uma combinação artística infalível. Não somente porque há verdadeiras obras de arte em forma de videoclipes, ou porque as trilhas sonoras são partes essenciais de um filme: basta uma rápida busca para encontrar uma enorme quantidade de excelentes filmes cujo tema principal é a música e seus intérpretes. "Sing Street" é o mais recente deles. Utilizando como pano de fundo uma Irlanda afundada em depressão econômica, a trama se passa na Dublin do ano de 1985. "Sing Street" acompanha Conor, um garoto de 15 anos que vive em meio as constantes brigas de seus pais e os conselhos filosóficos de seu irmão mais velho. Com a queda da renda de sua família, Conor é obrigado a mudar de escola, enfrentando uma série de dificuldades de adaptação e por fim se apaixonando por Raphina, uma misteriosa garota que mora em um orfanato do outro lado da rua. Conor a convida para participar de um vídeo de sua banda (que não existe). É este o principal impulso necessário para que o garoto aspirante a músico passe a buscar outros colegas para formar uma banda.