quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Crítica: "Star Trek: Sem Fronteiras"

Star Trek: Sem Fronteiras
(Star Trek Beyond)
Data de Estreia no Brasil: 01/09/2016
Direção: Justin Lin
Distribuição: Paramount Pictures


          Há 7 anos atrás J. J. Abrams fez o que parecia impossível: dirigiu um excelente reboot de uma das mais antigas e amadas franquias de ficção-científica e da cultura pop em geral. "Star Trek" (2009) conseguiu a façanha de ser um grande sucesso de crítica, agradando o exigente grupo dos trekkies, bem como conquistando um novo público (eu, por exemplo) para a franquia. O filme não foi, entretanto, um estrondoso sucesso de bilheteria, marca também não atingida pela sequência de 2013. Com a saída de J. J. Ambras da cadeira de diretor, a Paramount tomou a decisão de trazer para a continuação o diretor de um estrondoso sucesso de bilheteria "Velozes & Furiosos 6" (2013). O primeiro trailer preocupou muito os fãs por tentar buscar atingir um público mais amplo destacando o nome de seu novo diretor e dando a impressão de ser apenas mais um filme de ação genérico, com a única distinção de carregar a insígnia da Federação.

sábado, 27 de agosto de 2016

Crítica: "O Homem nas Trevas"

O Homem nas Trevas
(Don't Breathe)
Data de Estreia no Brasil: 08/09/2016
Direção: Fede Alvarez
Distribuição: Screen Gems


     "O Homem nas Trevas" é um filme extremamente direto. Com uma curta duração (apenas 88 minutos) o filme segue a cartilha de boa parte dos filmes de terror: jogar o público direto em meio a trama, apostando na desorientação inicial para auxiliar a gerar tensão. Rocky, Alex e Money são jovens de Detroit que realizam pequenos roubos na cidade utilizando as chaves às quais o pai de Alex, gerente de uma empresa de segurança, tem acesso. Os 3 jovens tem a pretensão de deixar sua cidade natal e com este objetivo em mente planejam um roubo à casa de um aposentado veterano de guerra, que ao que tudo indica teria recebido uma polpuda indenização quando sua filha foi atropelada e morta alguns anos antes. A descoberta de que o homem é cego parece tornar tudo ainda mais simples. Parece.

Crítica: "Café Society"

Café Society
Romance/Comédia
Data de Estreia no Brasil: 25/08/2016
Direção: Woody Allen
Distribuição: Imagem Filmes

Créditos iniciais em preto e branco organizados em ordem alfabética, Jazz clássico como trilha sonora, diálogos existencialistas e piadas envolvendo as famílias judias de Nova York, basta estas poucas dicas para ficar claro que estamos falando de mais um filme "escrito e dirigido por Woody Allen". Tendo produzido um longa metragem por ano desde 1969, é natural que o cineasta fosse perder um pouco de fôlego e criatividade com o passar do tempo, com o novaiorquino afirmando ainda que se mantém trabalhando após tantos anos para se manter longe dos pensamentos em relação ao fato de estar cada vez mais próximo da morte. Basta olhar para este novo longa "Café Society" para que constatemos tanto que o talento de Allen não morreu - pelo contrário, este é um dos filmes visualmente mais ambiciosos do diretor - quanto que, com a atual idade do diretor (80 anos), este está muito mais preocupado em se manter trabalhando do que criar uma linha de narrativa coerente para seus roteiro.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Crítica: "Nerve: Um Jogo Sem Regras"

Nerve: Um Jogo Sem Regras
(Nerve)
Data de Estreia no Brasil: 25/08/2016
Direção: Henry Joost, Ariel Schulman
Distribuição: Lionsgate

          "Nerve" acompanha sua personagem principal Vee (Emma Roberts), uma tímida garota de Staten Island que lida com problemas de ansiedade social e medo de sair de sua zona de conforto (como o próprio filme define de maneira exaustiva, mas já chegarei nisso). Através de sua melhor amiga Sydney, Vee começa a participar de um jogo de interação online chamado Nerve, onde pessoas se inscrevem como "jogadores" ou "observadores". Os primeiros são responsáveis por cumprir desafios, (filmando tudo a partir de seus telefones) propostos pelos observadores, que escolhem quem dos jogadores observarão. A premissa de um jogo onde pessoas são obrigadas a cumprir tarefas não é nada inovadora, porém a interação proposta por Nerve, que se faz extremamente presente, ao mesmo tempo que é geograficamente distante, é algo que conversa muito com nossa realidade, constituindo algo extremamente plausível e que permite reflexões muito interessantes.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Crítica: "Pets - A Vida Secreta dos Bichos"

Pets - A Vida Secreta dos Bichos
(The Secret Life of Pets)
Animação
Data de Estreia no Brasil: 25/08/2016
Direção: Yarrow Cheney e Chris Renaud
Distribuidora: Universal Pictures

É realmente uma tarefa difícil escrever sobre "Pets - A Vida Secreta dos Bichos", já que o filme é um passatempo eficiente em sua premissa, mas completamente esquecível e previsível. "Pets" não será uma animação que daqui alguns anos ainda estaremos relembrando passagens e torcendo para uma sequência, na verdade, tenho a certeza de que ao final do ano, com diversas premiações se aproximando, o longa animado será completamente ignorado (ou talvez não, já que 2016 vem se mostrando cada vez mais um ano frustrante para o cinema com a eterna celebração da mediocridade, mas divago...). O filme cumpre bem suas intenções ao desenvolver de maneira correta seus arcos dramáticos, apostando ainda em uma estrutura que remete a "Procurando Dory" (com a divisão entre dois blocos de personagens principais e coadjuvantes) e tramas tiradas diretamente de filmes como Toy Story e Garfield - um péssimo sinal, visto que somente o longa protagonizado pelos brinquedos é uma obra digna de nota.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Crítica: "Ben-Hur"

Ben-Hur
Data de Estreia no Brasil: 18/08/2016
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Timur Bekmambetov


         "Ben-Hur" (1959) é fruto de uma época e de um estilo de fazer filmes muito característico da história do cinema hollywoodiano. Assim como o famoso épico bíblico de Cecil B. DeMille, "Os 10 Mandamentos" (1956), "Ben-Hur" é um dos maiores clássicos da história do cinema. Mas é também um filme extremamente datado. Com temáticas absurdamente apologéticas e enaltecedoras da religião cristã, o filme dirigido por William Wyler (que já era um remake de um filme mudo de 1925) recebeu o justíssimo subtítulo de A tale of the Christ (um conto sobre o Cristo). Portanto, apesar de extremamente bem feito para sua época (com o maior orçamento e os maiores sets construídos até sua data de lançamento), "Ben-Hur" (1959) é extremamente datado em suas temáticas, tornando um remake algo muito bem-vindo. Ele veio em 2016, o que é ao mesmo tempo bom e ruim.

sábado, 13 de agosto de 2016

Crítica: "Negócio das Arábias"

Negócio das Arábias
(A Hologram For the King)
Comédia/Drama
Data de Estreia no Brasil: 04/08/2016
Direção: 
Tom Tykwer
Distribuidora: Mares Filmes

É comum que nós, críticos de cinema, atribuamos como uma característica importante para o filme o fato dele saber o que ele quer ser. Uma obra de cinema deve aparentar pelo menos os caminhos que quer seguir, ou deixar delimitado os que não quer seguir quando for sobre um tema mais específico, traçando um percurso gradual de seus assuntos e ideias demonstrando uma estruturação coerente em seu roteiro. "Negócio das Arábias" é um filme que sabe muito bem o caminho que deseja seguir, mas em momento algum deixa este claro para sua audiência. A obra estrelada por Tom Hanks não só surpreende no desenrolar de sua história como também amarra as pontas de seu filme ao final da projeção, ao menos tematicamente, brincando com a expectativa do espectador que senta na sala de cinema para ver uma comédia de choque cultural explorar traços sócio políticos interessantes em sua ambientação e ainda surpreender com questões dramáticas de relacionamentos humanos no percurso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Crítica: "Sing Street"

Sing Street
Data de Estréia no Brasil: sem previsão
Distribuição: Weinstein Company, The
Direção: John Carney


       Cinema + música costuma ser uma combinação artística infalível. Não somente porque há verdadeiras obras de arte em forma de videoclipes, ou porque as trilhas sonoras são partes essenciais de um filme: basta uma rápida busca para encontrar uma enorme quantidade de excelentes filmes cujo tema principal é a música e seus intérpretes. "Sing Street" é o mais recente deles. Utilizando como pano de fundo uma Irlanda afundada em depressão econômica, a trama se passa na Dublin do ano de 1985. "Sing Street" acompanha Conor, um garoto de 15 anos que vive em meio as constantes brigas de seus pais e os conselhos filosóficos de seu irmão mais velho. Com a queda da renda de sua família, Conor é obrigado a mudar de escola, enfrentando uma série de dificuldades de adaptação e por fim se apaixonando por Raphina, uma misteriosa garota que mora em um orfanato do outro lado da rua. Conor a convida para participar de um vídeo de sua banda (que não existe). É este o principal impulso necessário para que o garoto aspirante a músico passe a buscar outros colegas para formar uma banda.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Crítica: "Perfeita é a Mãe!"

Perfeita é a Mãe!
(Bad Moms)
Comédia
Data de Estreia no Brasil:  11/08/2016
Direção: Jon Lucas e Scott Moore
Distribuição: Diamond Films


Em um determinado momento de "Perfeita É a Mãe" (uma transição horrível do título original "Bad Moms") percebi que, por mais que o filme estivesse arrancando boas risadas de mim e que até então não tivesse representado problemas de conservadorismo e machismo evidentes em sua narrativa, eu estava receoso a cada minuto esperando o momento no qual o filme se quebraria com um discurso sexista. Tal receio não é infundado, visto que Hollywood tende a fazer exatamente este caminho de apresentar boas ideias que vão se destilando em conceitos conservadores - E basta assistir "A Mentira", por exemplo,  para ver um filme que se propõe a discutir o "slut shaming", mas que aqui e ali se entrega a conceitos antiliberais.

domingo, 7 de agosto de 2016

Crítica: "Esquadrão Suicida" (Suicide Squad)


Nossa Crítica em vídeo sobre "Esquadrão Suicida", mais novo filme do universo DC. Uma das produções mais aguardadas em 2016, a película dirigida por David Ayer estreou no Brasil dia 04/08 e gerou opiniões discrepantes:

                                                       

sábado, 6 de agosto de 2016

Não viu? Eu recomendo! - "The Thing" ("O Enigma de Outro Mundo")

O Enigma de Outro Mundo
(The Thing)
Horror/Sci-fi
Direção: John Carpenter
Disponibilidade: Netflix/Download/Online

Por Obi-Wan


       Lançado exatamente no mesmo dia que "Blade Runner, O Caçador de Androides" (1982), "The Thing" seguiu o mesmo caminho que o filme de Ridley Scott: ambos os filmes fracassaram na bilheteria e forma recebidos de maneira morna pela crítica especializada, porém tornaram-se clássicos cult da ficção-científica ao longo dos anos. John Carpenter vê "The Thing" como o seu preferido dentre todos os  filmes que dirigiu, e certamente grande parte do público concorda com ele. A trama se passa na Antártica e acompanha um grupo de pesquisadores de uma base norte-americana da região que se deparam com um ser extra-terrestre que é capaz de "assimilar" seres vivos e assumir sua forma.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Crítica: "Preacher" (1ª Temporada)

Preacher
Data de Exibição: 22/05/ a 31/07 de 2016
Canal: AMC
Produção: Sam Catlin, Garth Ennis, Evan Goldberg, Seth Rogen


          Lançada entre os anos de 1996 e 2000 sob o selo Vertigo da DC Comics (criado para HQs com temáticas mais pesadas e "adultas") "Preacher" é uma das mais controversas histórias em quadrinhos norte-americanas. Criada pelo roteirista Garth Ennis e o desenhista Steve Dillon, a HQ chamou muita atenção desde o fim dos anos 90 por conta de seu estilo excêntrico, recheado de temáticas criativas e bizarras, indo desde a existência de um vampiro irlandês até anjos e demônios. A salada de referências e mitologias que é Preacher rendeu um produto único, que desde os anos 2000 foi objeto de fracassadas tentativas de adaptações para o cinema. Um filme planejado no fim dos anos 1990 e uma série de TV da HBO encomendada em meados dos anos 2000 foram ambos cancelados pelo mesmo motivo: os elementos polêmicos que conferem a Preacher sua originalidade (notadamente os que envolvem a fé católica) são os mesmos que a tornam extremamente controversa, e portanto um investimento arriscado do ponto de vista empresarial.