segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Crítica: "Moonlight: Sob a Luz do Luar"

Moonlight: Sob a Luz do Luar
(Moonlight)
Data de Estreia no Brasil: 23/02/2017
Direção: Barry Jenkins
Distribuição: A24


       Vencedor do Globo de Ouro de 2017 como melhor filme na categoria Drama, "Moonlight" vem chamando a atenção dos críticos no circuito mundial desde sua estreia, tendo sido colocado desde então como forte candidato ao Oscar 2017. Dirigido e roteirizado pelo relativamente desconhecido Barry Jenkins, "Moonlight" é baseado no roteiro de uma peça que nunca foi produzida, intitulado "In The Moonlight Black Boys Look Blue", de Tarell Alvin McCraney. A influência desta estrutura teatral sobre o filme explicita-se no fato de este ter uma clara divisão estrutural de três atos, cada um explorando a personalidade de seu personagem principal, Chiron, em três fases de sua vida: infância, adolescência e juventude.

Top 10 Piores Filmes de 2016 (vídeos)



           Como vemos falando aqui no blog durante o ano inteiro, 2016 não foi o melhor ano para os cinéfilos... Enquanto excelentes filmes estrearam mais para o fim do ano, a maior parte dos blockbusters foram no mínimo decepcionantes. Falamos sobre os piores deles no vídeo abaixo, confiram:


Crítica: "Silêncio"

Silêncio
(Silence)
Drama
Data de Estreia no Brasil: 09/03/2017
Direção: Martin Scorsese
Distribuição: Imagem Filmes


         Pode até parecer um absurdo, mas Martin Scorsese nem sempre quis ser diretor de cinema, já que na sua infância o agora veterano cineasta tinha outros sonhos: ser padre. Graças a deus (hehe) Scorsese tomou o caminho do cinema e hoje é dono de uma filmografia rica e invejável. Seus filmes são sempre muito lembrados por retratarem “outsiders” e mafiosos com voracidade e violência, mas há outros temas também muito recorrentes na sua carreira, como a fé e a culpa do pecado católico, sendo este “Silêncio” um dos grandes exemplares da filmografia de Scorsese que trata de tais temáticas – e estamos falando afinal de contas do diretor por trás dos clássicos “A Última Tentação de Cristo” e “Mean Streets”.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Crítica: "Até o Último Homem"

Até o Último Homem
(Hacksaw Ridge)
Biografia/Guerra/Drama
Data de Estreia no Brasil: 26/01/2017
Direção: Mel Gibson
Distribuição: Diamond Films



Recentemente, ao escrever sobre o filme “Estrelas Além do Tempo” argumentei que este era um filme que possuía uma boa estória, mas que contava com uma direção e roteiro problemáticos, o que tornava o filme uma oportunidade desperdiçada. Pois parte disso também ocorre com este “Até o Último Homem”, já que o roteiro trata de forma irregular a excelente história real de Desmond T. Doss, um pacifista e Opositor Consciente que se alistou na segunda guerra mundial visando trabalhar como médico nos campos de batalha, negando-se a encostar em armas ou matar qualquer indivíduo. A diferença entre os dois longas é que este conta com um excelente contador de estórias na direção, Mel Gibson, que embora seja um ser humano desprezível ainda assim é um diretor talentoso.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Crítica: "American Honey" ("Docinho da América")

Docinho da América
(American Honey)
Data de Estreia no Brasil: 30/12/2016 (Netflix)
Direção: Andrea Arnold
Distribuição: A24


           Lançado há poucos dias no catálogo da Netflix brasileira, o drama independente "American Honey" teve seu título pessimamente traduzido para "Docinho da América". OK, esta seria realmente a tradução literal, mas o título original é baseado no nome de uma música americana e simplesmente não faz o menor sentido em português. Aparte disso, o longa dirigido por Andrea Arnold acompanha a história de vida de Star, uma órfã que teve de se mudar do Texas para Oklahoma e cuida de seus dois irmãos adotivos (aparentemente). Um dia Star encontra um grupo de jovens em um mercado e um deles a convida para cruzar o país com eles vendendo revistas. Sem outra perspectiva melhor onde mora, Star aceita o convite de Jake (Shia LaBeouf) e se junta ao grupo de vendedores.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Crítica: "Estrelas Além do Tempo"

Estrelas Além do Tempo
(Hidden Figures)

Drama/Biografia
Data de Estreia no Brasil: 02/02/2017

Direção: Theodore Melfi
Distribuidora: Fox Film do Brasil


“Estrelas Além do Tempo”... Um nome brega em sua tentativa de fazer uma alusão ao significado do título original, “Hidden Figures” (que em tradução livre se tornaria “figuras escondidas”). E isso não é a toa, já que este nome original mostra a importância da história que está sendo contada e como esta foi escondida ao longo do tempo. Temos aqui três mulheres negras que trabalharam para a NASA e que foram cruciais para o desenvolvimento da mesma na chamada “Corrida Espacial”. O filme, assim, se sustenta em sua importância temática, mas fica claro ao longo da narrativa que era necessário um contador de histórias melhor, já que o filme se estabelece como um “Feel Good Movie” sem nem sempre conseguir desenvolver seu tom em consonância com a estória que quer contar.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Crítica: "Manchester À Beira-Mar"

Manchester À Beira-Mar
(Manchester By The Sea)
Drama
Data de Estreia no Brasil: 19/01/2017
Direção: Kenneth Lonergan

Distribuição: Sony Pictures


“Manchester à Beira-Mar” é um filme que pareceu grudar em mim ao longo dos dias que se passaram após a sessão. Me senti intrigado, deprimido e completamente contemplado pela abordagem do filme, que joga sobre o espectador um carga pesadíssima ao tratar de temas como culpa, luto e a nossa memória – tão funcional e necessária, mas por vezes tão dolorosa. Este drama não é de forma alguma um filme fácil de assistir, mas também não parece tentar ser, visto que seu peso dramático parece espancar o nosso emocional. Desde o tom melancólico adotado de forma notória já no início da narrativa - e que apenas se estende ao longo do filme -, a estrutura de roteiro de Kenneth Lonergan (que também assina a direção) parece querer sufocar o espectador... E consegue!

domingo, 15 de janeiro de 2017

Crítica: "Morris From America"

Morris From America
Data de Estreia no Brasil: sem previsão
Direção: Chad Hartigan
Distribuição: A24


Filmes sobre o amadurecimento e auto-descoberta de crianças e adolescentes são uma constante no cinema norte-americano, vide grandes clássicos como “Conta Comigo” (1986) e “E.T.” (1982), e o mais recente e ótimo “Melhores Amigos” (2016). Seguindo nesta toada “Morris From America” tem como personagem principal um jovem nova iorquino de 13 anos que se muda para uma pequena cidade da Alemanha com seu pai. Além do recente falecimento de sua mãe, Morris lida com outras delicadas questões, como as constantes viagens de seu pai e a dificuldade de tornar compatíveis seus hábitos e gostos oriundos da cultura negra norte-americana com os costumes e a vivência dos jovens de Heidelberg. Complexificando uma situação já complicada, Morris se apaixona por Mikaela, uma garota local 2 anos mais velha que ele e com uma vivência completamente diferente da sua.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Crítica: "Assassin's Creed"

Assassin's Creed
Ação/ Ficção Científica
Direção: Justin Kurzel
Data de Estreia no Brasil: 12/01/2017
Distribuição: Fox Film do Brasil


Desde que foi anunciada sua produção, “Assassin’s Creed” fez os cinéfilos do mundo se agitarem em medo e esperança, afinal, todos já estamos cansados de sofrer (e sim o termo é sofrimento neste caso) com todas as obras cinematográficas baseadas em vídeo games que bombardearam o cinema ao longo dos anos. Este era o momento em que muitos diziam que filmes com tais premissas estavam a beira da morte e caso “Assassin’ Creed” não funcionasse já estaria na hora de abandonar o barco...
E temo que as minhas notícias não são nem um pouco boas...

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Crítica: "La La Land - Cantando Estações"

La La Land - Cantando Estações
(La La Land)
Musical/Romance/Comédia
Data de Estreia no Brasil: 12/01/2017
Direção: Damien Chazelle
Distribuidora: Paris Filmes


         Mia e Sebastian (Emma Stone e Ryan Gosling) são o resumo do motivo pelo qual este “La La Land” funciona tão bem: ela é uma aspirante a atriz que se mudou para Hollywood em busca do sucesso, ele é um músico fanático por Jazz que sonha em abrir seu próprio clube do gênero (o que faz com que um musical seja o palco perfeito para a suas histórias, já que se mostra a junção musicista de um com o sonho cinematográfico de outro), juntos dividem sonhos e receios quanto ao sucesso almejado, o que poderia fatalmente ser desenvolvido de forma clichê e pouco cuidadosa. Mas basta você assistir aos primeiros minutos de projeção para saber que este não é um musical genérico, na verdade, o plano sequencia inicial do longa não só é uma realização magistral em termos visuais, como ainda funciona como uma dica perfeita dos caminhos que o filme pretende traçar.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Crítica: "Elle"

Elle
Suspense/Drama
Data de Estreia no Brasil: 17/11/2016
Direção: Paul Verhoeven
Distribuidora: Sony Pictures


         O fim de uma cena de estupro... É assim que “Elle” decide começar sua trama de suspense, com um ato vil de violência se encerrando assim que o espectador acabou de se sentar para acompanhar a projeção. Contando com uma protagonista com altos graus de sociopatia e que parece a todo momento travar duelos verbais com todos a sua volta, o novo longa de Verhoeven é um suspense que se equilibra no estudo de personagem, já que ao ser violentada Michelle (Isabelle Huppert) decide não recorrer a polícia e retomar sua rotina imediatamente, enquanto o seu agressor parece retornar para fazer terror psicológico com sua vítima... É fácil perceber que o longa não é fácil de ser assistido.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Crítica: "The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Days"

The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Days
Documentário
Data de Estreia no Brasil: Não prevista
Direção: Ron Howard
Distribuição: Imagine Entertainment


Em minha crítica a “Inferno” apontei a preguiça alarmante com a qual Ron Howard parecia dirigir aquela... "coisa", já que era impossível notar qualquer sinal de um mínimo engajamento do diretor em envolver o espectador na estória do filme. Aparentemente, Howard estava guardando sua energia para dirigir com inteligência este documentário “The Beatles: Eight Days a Week – The Touring Days” (a partir de agora, somente “Eight Days a Week”). Relatando os anos de turnê da banda, o diretor consegue juntar as principais histórias do quarteto sem soar prolixo, estabelecendo uma narrativa bem estruturada na qual a entidade “The Beatles” como banda é privilegiada em detrimento de retratar detalhadamente a personalidade de cada indivíduo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Crítica: "Amor & Amizade"

Amor & Amizade
(Love & Friendship)
Comédia/Drama
Data de Estreia no Brasil: 11/08/2016
Direção: Whit Stillman
Distribuidora: California Filmes



         Acompanhar as tramas da ardilosa Lady Susan Vernon (Kaete Backinsale) neste “Amor & amizade” não só é um passatempo divertido e extremamente dinâmico, como também representa uma ótima oportunidade de ver uma bela adaptação de uma personagem de Jane Austen para as telas do cinema. Assim, a história se desenrola no século XVIII com a tal protagonista tentando se desvencilhar das fofocas acerca de seus casos amorosos, enquanto procura encontrar um bom marido para a sua filha Frederica (Morfydd Clarke), ao passo em que a viúva Vernon parece estar a todo o momento tentando controlar todos a sua volta para que ela se mantenha relevante na sociedade de sua época.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Crítica: "Um Cadáver para Sobreviver"

Um Cadáver para Sobreviver
(Swiss Army Man)
Comédia/Drama/Fantasia
Data de Estreia no Brasil: 22/12/2016
Direção: Daniels
Distribuição: Netflix


“Um Cadáver para Sobreviver” é uma mistura de “O Enigma de Kaspar Hauser” com “Náufrago”, desenvolvidos com um senso de humor peculiar (pra dizer o mínimo) e revigorante em sua estranha originalidade. E se essa premissa soa interessante, saiba também que o filme estabelece alegorias de auto aceitação e fragilidade emocional das relações sociais contemporâneas a partir dos elementos mais primitivos da nossa natureza humana: um peido e uma ereção...