(Room 237)
Documentário
Direção: Rodney Ascher
Disponibilidade: Download/Online
Por Obi-Wan
Diferentemente da
maioria dos documentários produzidos sobre filmes "Room 237" não se
trata de um making off sobre "O Iluminado" (1980), mas uma produção que condensa várias interpretações
sobre inúmeros aspectos do filme de Stanley Kubrick. Sabe aquela pessoa que
fica obcecada com um filme a ponto de achar nele coisas que parecem
completamente absurdas? Bem, parece que elas sentaram para conversar enquanto
tomavam um chá da tarde, e o resultado dessa união de maluquices é "Room
237".
De maneira alguma digo isso para denegrir o filme. Inclusive acho
que isso seja seu aspecto mais positivo. A interpretação de qualquer obra de
arte é sempre subjetiva e dupla: parte construída pelas intenções do autor e
parte construída pela visão de quem está entrando em contato com tal obra.
Assim, cada indivíduo tem uma visão completamente particular sobre um mesmo
filme, enxergando coisas que nem haviam passado pela cabeça de seus criadores.
Por conta disso, as
pessoas entrevistadas são absolutamente protagonistas do documentário, que faz
de tudo para não julgar suas ideias. A intenção de dar protagonismo aos
entrevistados é tão grande por parte dos produtores que eles inclusive deixaram
no corte final do filme um dos entrevistados pausando sua fala por um momento
para cuidar de seu filho que começara a chorar. Isso claramente pretende
demonstrar que o controle está completamente na mão destas pessoas. Não há nem
mesmo uma narração por parte do produtor, a voz do entrevistador não é ouvida e
o filme não chega nem a mostrar o rosto das pessoas dando sua visão sobre
"O Iluminado". Ao invés disso, o documentário é montado utilizando
muito bem cenas do filme e também de vários outros filmes, de Stanley Kubrick e
outros, além de cenas produzidas para "Room 237", sendo que todas
elas ilustram muito bem o que está sendo discutido.
Dividido em 8
"pontos" principais que realmente destrincham "O
Iluminado", "Room 237" aborda um sem número de aspectos
presentes em seu filme tema. Estes vão desde a interpretação de que "O
Iluminado" seria um filme sobre o massacre dos índios norte-americanos até
a ideia de que há um claro subtexto dentro do filme que fala sobre o
Holocausto. O interessante é que nesse processo, "Room 237" fala
muito também sobre o diretor e criador de "O Iluminado", Stanley
Kubrick. Isso também é de uma abrangência incrível, indo desde a ideia de que
Kubrick era um gênio entediado após a filmagem de "Barry Lyndon", que
resolveu fazer um filme de terror completamente diferente, até a ideia de que
há no filme inúmeros paralelos de Kubrick com relação ao fato de que ele teria
trabalhado na produção da filmagem falsa que mostrava Neil Armstrong na lua.
Essa é a graça de
assistir um documentário como "Room 237", receber uma avalanche de
interpretações e visões distintas sobre um filme sem o controle de um produtor
interrompendo e julgando-as a todo momento. A única constatação realmente
objetiva a se tirar do filme é que "O Iluminado" é um filme com
elementos extremamente subjetivos, que deixa um grande espaço para as inúmeras
interpretações que surgiram sobre o filme ao longo do tempo. Algumas delas são
extremamente bem organizadas por "Room 237" e apresentadas de forma
"crua" ao público. Todas elas são verdadeiras? Nenhuma delas?
Algumas? Você decide.
PS: Este post é uma espécie de "prévia" para a análise sobre "O Iluminado" que será postada nos próximos dias, fiquem de olho!
PS: Este post é uma espécie de "prévia" para a análise sobre "O Iluminado" que será postada nos próximos dias, fiquem de olho!

Han e Obi- Wan recomendam!
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