segunda-feira, 8 de junho de 2015

Clássicos Cinemark - Semana 03: "12 Homens e Uma Sentença"

12 Homens e Uma Sentença
(12 Angry Men) 
Drama - 1957 (Estados Unidos)
Direção: Sidney Lumet
Distribuição: Orion- Nova Productions


É assombroso constatar o poder muitas vezes esquecido que o primeiro filme de Sidney Lumet tem em mãos. Um roteiro brilhante, uma direção maravilhosa de um diretor estreante e a execução perfeita de cada um dos atores que passam pela tela. Em um mundo onde se clama por pena de morte e redução da maioridade penal, 12 Homens e Uma Sentença tem muito a dizer sobre a mais básica, e clichê, das frases sobre direitos civis no cinema: "Todos são inocentes até que se prove o contrário".
E mesmo sendo tão clichê, raramente o cinema exemplificou tão bem o real poder desta sentença, ou melhor, do que esta frase pesa em uma sentença. Doze homens são selecionados para participar da banca de júri em um julgamento aparentemente simples de um assassinato. Quando todos se reúnem numa sala para decidir a sentença, onze homens acreditam que o réu é culpado, menos um. Sendo esta uma questão de decisão unanime, um debate se instaura para decidir o futuro do garoto acusado de matar o próprio pai.
Este é o filme. Uma hora e meia dentro de um cômodo com doze personagens enquanto descobrimos sobre suas vidas e formas de pensar questões complexas como racismo, classicismo e traumas pessoais, tudo a partir das possibilidades deste garoto ser ou não culpado. A tese principal do filme é muito bem articulada: qual o preço e o peso de se declarar que uma pessoa cometeu um crime e ainda por cima sentencia-la à qualquer outra forma de violência? Assim, é de extrema importância a performance de Henrry Fonda (o jurado “solitário”) que apresenta seus argumentos a partir sempre de uma premissa básica (básica, mas tantas vezes esquecida pelos os que clamam por sangue): Provas circunstancias são meramente o que seus nomes já dizem, uma questão de possibilidade de ocorrência, não de certeza.
Por mais que hoje em dia certas situações do filme possam gerar certa estranheza (e sim, me refiro a uma cena envolvendo óculos), é preciso ressaltar mais uma vez o brilhantismo do roteiro. Cada prova, circunstância e/ou debate é inserido no tempo perfeito, fazendo com que o espectador passe a transitar em sua opinião quanto ao caso, num envolvimento que poucos filmes proporcionam.
Tendo uma refilmagem de 1997, chega a ser intrigante que este filme de 57 tenha ainda temas tão presentes em nossa sociedade. Intrigante, porém não surpreendente, afinal os nomes do filme (tanto o traduzido quanto o original) recriam muito bem a dinâmica social que tais assuntos representam: Temos homens preocupados com suas sentenças. O debate, assim como este filme brilhante, é muitas vezes esquecido pelo público geral.







Excelente
Por: Han Solo

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