sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Os 10 Maiores Erros da História do Oscar


Por Han Solo

Com o Oscar chegando nós do História em 35 mm decidimos fazer a nossa versão da famosa, e muito debatida, lista dos dez piores erros da história da premiação da Academia. Eu preparei esta lista com os seguintes aspectos:
- Na lista podem constar datas de premiações em si, os premiados tanto quanto os injustiçados.
- Quando eu me referir à premiação de um determinado ano, os filmes citados são os do ano anterior (por exemplo: Oscar de 2000 foi vencido por Beleza Americana de 1999).
- Nesta lista não consta os anos sempre muito citados de 1977 (vencido por Rocky – Um lutador) ou de 1942 (no qual Cidadão Kane é sempre o famosos injustiçado) pelo simples motivo de que numa rápida volta às críticas de Pauline Kael, Roger Ebert e Gene Siskel, três críticos extremamente famosos e conceituados em sua época, Rocky era colocado como um dos melhores filmes do ano (Roger Ebert até o colocou como o seu filme favorito do ano). O filme se conectou com o publico de sua época e Taxi Driver foi o vencedor de Cannes mesmo tendo sido vaiado na competição. O mesmo vale para Cidadão Kane, num ano vencido pelo dramalhão Como Era verde o Meu Vale, que hoje é considerado uma obra que mudou o cinema, mas na época as pessoas não sabiam disso, elas não tinham como ver o futuro e saber que aquele filme iria mudar a linguagem cinematográfica. Em ambos os casos a injustiça é constatada pela importância atual dos filmes e não pela avaliação geral dos filmes da época.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Crítica: "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)"

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)
Comédia/ Drama - 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 29/01/2015
Direção: Alejandro Gonzáles Iñarritu
Distribuidora: Fox Filmes


Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso na década de 90 ao interpretar no cinema o super-herói Birdman, mas após recusar estrelar mais um filme da franquia sua carreira declinou e agora ele tenta recuperar o reconhecimento e fama perdidos adaptando, dirigindo e atuando um texto para a Broadway. As coisas vão se complicando cada vez mais com os problemas que enfrenta com sua filha Sam (Emma Stone), que acaba de sair da reabilitação, com as preocupações financeiras de seu agente Brandom (Zach Galifianakis), precisando ainda lidar com questões do seu elenco após a chegada do brilhantemente talentoso, porém problemático, Mike Shiner (Edward Norton) enquanto a voz de Birdman insiste em lhe provocar em sua mente.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Forrest Gump (1994): Um passeio pela história norte-americana


Forrest Gump (1994): Um passeio pela história norte-americana

Por Obi-Wan

      "Forrest Gump, O Contador de Histórias" é um dos filmes mais bem sucedidos e populares dos últimos vinte anos. O filme é vencedor de seis das treze categorias a qual foi indicado no Academy Awards, incluindo quatro das cinco categorias principais: melhor filme, melhor ator principal, melhor diretor (Robert Zemeckis) e melhor roteiro. Além disso, ainda em 1994, apenas nos Estados Unidos, o filme chegou a incrível marca de 329 milhões de dólares arrecadados em sua bilheteria, número quase seis vezes maior do que seu orçamento de 55 milhões. Só para termos uma ideia, outros dois indicados a melhor filme naquele ano eram "Pulp Fiction" e "Um Sonho de Liberdade".

domingo, 25 de janeiro de 2015

Crítica: "Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo"

Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
(Foxcatcher)
Biografia/Drama - 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 22/01/2015
Direção:Bennett Miller
Distribuidora: Sony Pictures Classics


       Foxcatcher narra a história de dois irmãos lutadores olímpicos, Mark e David Schultz e como eles se juntam ao Time Foxcatcher, liderado e mantido pelo multimilionário John Du Pont. A estrutura básica de Foxcatcher é muito similar a do último filme de Bennett Miller, Moneyball, no sentido de que ambos se utilizam do esporte, no caso de Foxcatcher do wrestling, como uma espécie de pano de fundo para desenvolver seus personagens principais.
       Por conta disso, Foxcatcher gira sempre em torno de seu trio de personagens principais, formado por: Mark (Channing Tatum) e David Schultz (Mark Ruffalo) e John Du Pont (Steve Carell). A narrativa do filme inverte um pouco a estrutura padrão, pois ao invés de partir de seus personagens para a construção de uma história maior, o que vemos ao longo do filme é uma crescente de situações aparentemente simples que servem para o desenvolvimento e estudo de seus personagens. Por conta disso, o roteiro de Foxcatcher pode parecer extremamente simples à uma primeira vista, mas consegue com extrema competência dissecar na tela cada aspecto da complexa personalidade de seus personagens.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Crítica: "O Jogo da Imitação"

O Jogo da Imitação

(The Imitation Game)

Biografia/Drama - 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 5/2/2015
Direção: Morten Tyldum
Distribuidora: Diamond Films

O Jogo da Imitação é o tipo de filme que agrada, mas não sai do lugar comum. É um drama com contexto histórico marcante e que funciona justamente a partir da relação do seu personagem principal com os elementos de época bem como as demais pessoas que povoam o filme. Assim, a película se divide entre momentos profundamente envolventes e outros (muitos outros) nos quais simplesmente pensamos: “Eu já vi isso...”
A história em si é extremamente interessante: Durante a segunda guerra mundial, o matemático Allan Turing (Benedict Cumberbatch) lidera uma equipe de intelectuais pelo serviço secreto britânico com o objetivo de desvendar um código alemão chamado "Enigma", acelerando assim o fim da guerra, enquanto vive seus próprio conflitos devido a sua sexualidade . Dessa forma, o roteiro é contado com três focos de tempo diferentes que vão se entrelaçando ao longo da história, se concentrando sempre nos conflitos do personagem principal durante o período da Segunda Guerra.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Crítica: "Invencível"

Invencível
(Unbroken)
Biografia/Drama- 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 15/01/2015
Direção: Angelina Jolie
Distribuidora: Universal Pictures 


   Dirigido por uma famosíssima atriz de Hollywood. Roteirizado por nomes como Joel e Ethan Coen. Filme que conta a história real de superação de um veterano americano feito prisioneiro pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Todos esses aspectos levaram inúmeras vozes da mídia especializada a considerar "Invencível" como forte candidato à receber pelo menos uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. Porém, quando o filme finalmente foi lançado, essas vozes se calaram.
    "Invencível" não chega em nenhum momento a ser algo menos do que um bom filme. Mas também não supera muito essa marca. Estando por isso a uma enorme distância dos 8 filmes que receberam nomeações para a categoria de Melhor Filme neste ano.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Christopher Nolan: O Maior (ou seria o pior?) Ilusionista de Hollywood


Christopher Nolan: O Maior (ou seria o pior?) Ilusionista de Hollywood

Por Obi-Wan

       Já havíamos discutido a possibilidade de escrever um especial sobre diretores para o blog. Porém, sempre imaginei que o primeiro seria sobre alguma das maiores lendas do cinema: Stanley Kubrick, Akira Kurosawa ou Ingmar Bergman, só para citar alguns exemplos. Apesar de ser um grande diretor, Nolan ainda está a anos-luz de distância desses. Mas então por que ele? Confesso que a ideia me ocorreu após finalmente assistir "O Grande Truque" (2006), e perceber que a maneira como o diretor escreve e conduz seu filme, se encaixa perfeitamente na visão de como um ilusionista deve conduzir uma plateia.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Crítica: "Whiplash: Em Busca da Perfeição"

Whiplash: Em Busca da Perfeição
(Whiplash)
Drama/Música- 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 08/01/2015
Direção: Damien Chazelle
Distribuidora: Sony Pictures Classics


       É comum a cada começo de crítica expor uma pequena sinopse sobre o objeto a ser abordado em seguida. Porém, o próprio poster de "Whiplash" (sem contar o subtítulo em português) tem tanto sucesso em abordar o tema principal que perpassa a história, que colocar isso em palavras seria um pouco redundante. Como mostrado no pôster, o filme conta a história de um baterista, Andrew Neiman, sendo constantemente empurrado ao seu limite extremo, também no sentido físico, mas principalmente no lado psicológico

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O Globo de Ouro 2015

E a temporada de prêmios de 2015 dos Estados Unidos começou. Na noite do ultimo domingo (11/1/2015) a entrega dos prêmios do Globo de Ouro ocorreu, com poucas surpresas e muitos momentos divertidos (afinal a festa é open bar...) a premiação mais reforçou do que revelou as opiniões da crítica e da imprensa.
Como boa parte dos filmes que foram indicados ainda não tiveram sua estréia no Brasil (Boyhood e Whiplash ainda por cima estrearam com um numero ridículo de salas de cinema no país), não temos muito o que comentar a não ser baseados numa grande expectativa para as próximas estréias. Com o tempo esperamos poder postar críticas de todos os principais filmes do ano.
Mas então, vamos aos destaques da premiação:

Na categoria de melhor ator coadjuvante o vencedor foi J.K. Simmons por sua atuação em Whiplash como mestre de um grande conservatório de música. A crítica especializada afirma que é um filme sensacional e uma atuação também de alto nível.



O prêmio de melhor atriz coadjuvante foi para Patrícia Arquette por sua atuação de 12 anos no filme Boyhood. Criar um personagem e manter a sua lógica psicológica enquanto o desenvolve ao mesmo tempo é um trabalho dificílimo. Agora tente fazer isso durante mais de uma década. Arquette criou uma personagem complexa e de sensibilidade tocante.

A atriz Amy Adams acabou por conquistar o prêmio de melhor atriz em filme de comédia ou musical por sua atuação em Big Eyes. O filme ainda não estreou no Brasil também, mas aparentemente se trata de um filme sensível e muito mais contido de Tim Burton, famoso por fazer grandes construções estéticas baseadas no gótico e no expressionismo. Amy Adams é uma atriz belíssima e de um talento muito acima da média e vem se tornando figura constante em premiações por suas grandes atuações.

Na categoria de melhor ator em filme de comédia ou musical não houve qualquer surpresa, foi vencida por Michael Keaton em sua atuação em Birdman e parece estar incrível nesse novo trabalho. Um prêmio que não fala só pela atuação de Keaton como também numa “ressurreição” da carreira deste ator. Foi muito bonito ver a emoção do ator após vencer o prêmio enquanto tentava segurar as lágrimas.

Julianne Moore venceu como melhor atriz em filme de drama. A atriz, já muito indicada e de grandes atuações, ontem contava com duas indicações em categorias diferentes, atriz em comédia e musical e atriz em drama, e a sua consagração era quase certa, a única que corria forte junto de Moore era Rosamund Pike. Um prêmio merecido numa atuação extremamente complexa de uma atriz talentosa e que melhora a cada trabalho.

A grande surpresa da noite ficou para a categoria também mais disputada da noite. Eddie Redmayne venceu o prêmio de melhor ator em filme de drama por sua interpretação de Stephen Hawking no filme A Teoria de Tudo. Na concorrência vinha Jake Gyllenhaal, David Oyelowo, Steve Carell e, quem aparentemente era o favorito, Benedict Cumberbatch, com tal concorrência batida a Teoria de Tudo despertou, e muito, o meu interesse.

O premio de melhor roteiro foi para Birdman. Particularmente, esta categoria não me agrada muito no Globo de Ouro por juntar roteiros adaptados com originais. Garota Exemplar possui uma adaptação quase perfeita e é um roteiro excelente, porém Birdman é um roteiro original (não adaptado) e, aparentemente, venceu por sua “originalidade” da história.

Outra grande surpresa veio com a vitória de O Grande Hotel Budapeste vencendo como melhor filme de comédia ou musical. Todos os sinais apontavam para mais uma vitória de Birdman na noite, porém a comédia sobre contar história de Wes Anderson conseguiu uma vitória inesperada, mas ninguém pode dizer que foi desmerecida.

Em direção e melhor filme de drama deu-se a lógica. Richard Linklater foi o grande vencedor da noite com o seu belo filme Boyhood. Se certos diretores se perdem no seu tom de narrativa e controle do filme em produções de poucas semanas ou meses, imagine a dificuldade de manter este controle durante 12 anos. Sim, o filme é muito mais do que isso, tal característica vem sendo usada como marketing forte para o filme, mas em questão de premiação, nas mais diversas questões técnicas, tal aspecto é fundamental para uma avaliação. Boyhood foi escolhido por este Blog como o melhor filme do ano e assim aplaudimos muito as vitórias desta obra sensacional.



O prêmio Cecil B. Demille do ano foi para George Clooney pelo conjunto da obra... Sinceramente, Clooney é um ator e diretor extremamente talentoso, mas vencer um prêmio pela sua obra quando ele tem apenas 51 anos de idade é quase inexplicável. Quase, pois a verdade é que George Clooney é o ator recordista em indicações no Globo de Ouro, ele é amado pelo evento, e todo ano investe em projetos como ator, diretor e produtor. Já foi indicado e venceu por vezes que não merecia (Os Descendentes... Sério???) e essa consagração me soa forçada e equivocada mesmo que eu reconheça, e muito, o seu talento.



O Globo de Ouro é um prêmio com um grande histórico de política e intenções individuais influenciando em sua premiação.  O caso do filme Perfume de Mulher que ganhou como melhor filme drama, após uma viajem para Paris paga pela Universal para aos votantes com a justificativa de que era para “divulgar” o filme (sendo que este não se passava no país em questão), é vergonhosamente marcante. Assim, também reforço que Globo de Ouro não serve pra medir o Oscar, são votantes diferentes e a dinâmica da votação também é muito diferente, por isso não é só porque um filme foi vencedor em uma categoria quer dizer que ele vencerá em todas as outras premiações. O Globo de Ouro é uma festa divertida porém não é parâmetro para os próximos prêmios, ficamos no aguardo nas próximas consagrações de grandes artistas.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O Exorcista (1973): Sexo, drogas e Rock n' roll

O Exorcista (1973): Sexo, drogas e Rock n' roll


Por: Han Solo

Na década de 70 o gênero terror se tornou super popular e com produções inovadoras que, na maioria dos casos, tentavam sair dos velhos estereótipos do gênero criando narrativas que se utilizavam tanto do terror psicológico quanto do sangrento. Cineastas como Wes Craven, David Lynch, John Carpenter e Brian de Palma foram tremendamente influenciados pela obra clássica Psicose, de Alfred Hitchcock, O Bebê de Rosemary, filme de horror de Roman Polanski que abriu as portas para filmes do gênero com uma temática religiosa, além da Nouvelle Vague francesa, na criação do tom de suas narrativas. Tais artistas se muniram de questões políticas e sociais e as utilizaram em seus filmes a partir de alegorias visuais e temáticas, como é o caso desta obra fascinante de William Friedkin. Uma obra que discute a existência de Deus e a personificação da “rebeldia” e “transgressão” da juventude da época, segundo certos valores sociais, num caso de uma garota inocente possuída pelo demônio, a partir da disputa do “Bem contra o Mal” e de uma história sobre possessão demoníaca.