domingo, 25 de janeiro de 2015

Crítica: "Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo"

Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
(Foxcatcher)
Biografia/Drama - 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 22/01/2015
Direção:Bennett Miller
Distribuidora: Sony Pictures Classics


       Foxcatcher narra a história de dois irmãos lutadores olímpicos, Mark e David Schultz e como eles se juntam ao Time Foxcatcher, liderado e mantido pelo multimilionário John Du Pont. A estrutura básica de Foxcatcher é muito similar a do último filme de Bennett Miller, Moneyball, no sentido de que ambos se utilizam do esporte, no caso de Foxcatcher do wrestling, como uma espécie de pano de fundo para desenvolver seus personagens principais.
       Por conta disso, Foxcatcher gira sempre em torno de seu trio de personagens principais, formado por: Mark (Channing Tatum) e David Schultz (Mark Ruffalo) e John Du Pont (Steve Carell). A narrativa do filme inverte um pouco a estrutura padrão, pois ao invés de partir de seus personagens para a construção de uma história maior, o que vemos ao longo do filme é uma crescente de situações aparentemente simples que servem para o desenvolvimento e estudo de seus personagens. Por conta disso, o roteiro de Foxcatcher pode parecer extremamente simples à uma primeira vista, mas consegue com extrema competência dissecar na tela cada aspecto da complexa personalidade de seus personagens.

      Além do ótimo roteiro, Foxcatcher funciona tão bem por conta da muito competente direção de Bennett Miller, e principalmente devido às excelentes atuações de todo seu elenco central. Todas as situações que o roteiro cria possivelmente não funcionariam sem a enorme capacidade de Miller de expor os relacionamentos entre os personagens do filme na tela. Sua câmera está sempre próxima dos atores, criando uma sensação de que estamos acompanhando seu desenvolvimento dentro da história, e não o contrário. Além disso, o diretor consegue criar um tom de tensão e urgência para o filme, mesmo nas situações mais simples.
        Foxcatcher leva o espectador a ter a impressão muito clara de que o protagonista do filme é Mark Schultz, uma vez que Miller termina e começa o filme com o personagem de Channing Tatum (dando aqui a melhor performance de sua carreira) em cena. Porém, a verdadeira alma de Foxcatcher se demonstra no personagem do incrível Steve Carell, John Du Pont. Du Pont é um daqueles milionários egocêntricos e solitários que se utilizam de seus incríveis recursos para construir e viver dentro de uma fantasia. Tudo sobre Du Pont, seu aspecto físico, sua voz, suas expressões faciais transmitem uma incrível sensação de iminente desastre. O filme consegue demonstrar com clareza logo na primeira cena em que ele aparece o quão instável e imprevisível é John Du Pont.
          O único ponto negativo de Foxcatcher é seu ritmo. É completamente compreensível que um filme que se dedica à um estudo tão profundo de personagem seja lento. O problema é que Foxcatcher parece se arrastar demais em algumas cenas, principalmente da metade para o fim do filme. No geral, Foxcatcher é uma daquelas histórias que vai incomodando gradualmente seu espectador do começo até o fim, levando de maneira extremamente competente até o seu incrível final, que juntamente a seus personagens, ficará por muito tempo na memória de quem o assiste.





Ótimo

Por Obi-Wan

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