Fiddler on the Roof
Direção: Norman Jewison
Disponibilidade: Download/Online
Por: Obi-Wan
Você talvez esteja se perguntando a que se deve essa mudança de título. Bem, esse é o jeito que encontrei para admitir um erro. Quase toda vez que indicava e comentava sobre algum outro filme com meu amigo Hector, a resposta era quase sempre algo como: "E aquele filme que eu te falei, o Violinista no Telhado? Assistiu?" E, por motivos que agora não consigo explicar, minha resposta era invariavelmente: "não, ainda não, mas tá na minha lista, um dia eu assisto". Até aí, nada fora do comum, todos temos uma série de filmes que pretendemos assistir, e que sempre acabamos por deixar para depois. Porém, tal cenário vem se repetindo há pelo menos um ano. Demorei tanto para assistir "Um Violinista no Telhado" que o filme nem mais está presente no catálogo da Netflix brasileira. Hoje eu finalmente tive o prazer de descobrir porque o Hector lembrava deste título toda vez que o assunto girava em torno de recomendações de ótimos filmes.
Logo no primeiro diálogo do filme, entendemos a metáfora que dá ao filme seu título e que acompanhará a narrativa do início até o fim. "Um Violinista no Telhado" não se trata de um violinista, e nem de um telhado, mas sim sobre o equilíbrio que demanda tal atividade. Por que o violinista se arrisca a quebrar o pescoço para tirar algumas notas de seu violino? Como nos explica Tevye, ele e todos os moradores da judia vila de Anatevka, vivem todos como violinistas em um telhado, tendo que equilibrar-se sempre entre suas tradições hebraicas e o esmagador poder de uma Rússia czarista, cristã ortodoxa, pré-revoluionária, com inúmeras práticas antissemitas, em suma, um mundo que não mais os quer. Mas a metáfora não para por aí. Podemos comparar o filme com o som que resulta da hábil prática de se tocar um violino, algo ao mesmo tempo melancólico, pesaroso, mas com um quê inexplicável de alegria e exaltação.
É a esse tom que "Um Violinista no Telhado" mantém-se fiel durante suas três horas de duração, e é exatamente isso que explica a escolha de fazer um musical de uma temática tão desalentadora quanto a expulsão da população judaica da Rússia. Assim, novamente voltamos a palavra-chave do filme: equilíbrio. Equilíbrio entre cenas extremamente alegres quanto o tradicional casamento de Tzeitel e Motel, e a perseguição e destruição causada por oficiais czaristas logo em seguida.
Equilíbrio também é o que acompanha a jornada de nosso personagem principal, Tevye, durante o filme. Teyve é o típico camponês de uma sociedade tradicionalista e patriarcal, o homem que sempre tem uma passagem do "Bom Livro" na ponta da língua para cada situação que a vida lhe apresenta. Teyve tenta sempre manter-se fiel às tradições de seu povo, mas vai ao longo da trama percebendo que não poderá mais viver no mundo que seus pais viveram, pois este mundo não mais existe. Seja no confronto com o jovem rapaz revolucionário que estudou em Kiev, com sua filha mais velha que se recusa a aceitar o casamento que ele havia arranjado, ou (e esse é o contraste final) com outra de suas filhas que decide-se a casar com um não-judeu. Essas confrontações entre o velho e o novo, o mundo da tradição com o mundo de mudanças, levam Teyve a interessantes momentos de reflexão, onde busca colocar na balança um lado e o outro.
A um nível superficial, Teyve é um judeu tradicionalista que procura ser sempre o chefe de família e manter-se fiel às tradições. Mas vemos durante o filme que ele acaba cedendo às benesses trazidas pela mudança, bem como lamentando-se pelas desgraças que a acompanham. É nesse misto de nostalgia e melancolia, e esperança por um futuro melhor dentro de um mundo em transformação que nos deixa "Um Violinista no Telhado", um filme tão belo quanto uma música executada com perfeição por um violinista, que se equilibra entre a melancolia e a esperança, do que foi e do que poderá ser.
PS: A recomendação do Hector para assistir "Um Violinista no Telhado" é certamente uma das melhores que já recebi, e meu único arrependimento é ter demorado tanto para aproveitá-la. Escrevo sobre o filme na esperança de que vocês ouçam a recomendação dele, e não subestimem o filme assim como eu o fiz.
Equilíbrio também é o que acompanha a jornada de nosso personagem principal, Tevye, durante o filme. Teyve é o típico camponês de uma sociedade tradicionalista e patriarcal, o homem que sempre tem uma passagem do "Bom Livro" na ponta da língua para cada situação que a vida lhe apresenta. Teyve tenta sempre manter-se fiel às tradições de seu povo, mas vai ao longo da trama percebendo que não poderá mais viver no mundo que seus pais viveram, pois este mundo não mais existe. Seja no confronto com o jovem rapaz revolucionário que estudou em Kiev, com sua filha mais velha que se recusa a aceitar o casamento que ele havia arranjado, ou (e esse é o contraste final) com outra de suas filhas que decide-se a casar com um não-judeu. Essas confrontações entre o velho e o novo, o mundo da tradição com o mundo de mudanças, levam Teyve a interessantes momentos de reflexão, onde busca colocar na balança um lado e o outro.
A um nível superficial, Teyve é um judeu tradicionalista que procura ser sempre o chefe de família e manter-se fiel às tradições. Mas vemos durante o filme que ele acaba cedendo às benesses trazidas pela mudança, bem como lamentando-se pelas desgraças que a acompanham. É nesse misto de nostalgia e melancolia, e esperança por um futuro melhor dentro de um mundo em transformação que nos deixa "Um Violinista no Telhado", um filme tão belo quanto uma música executada com perfeição por um violinista, que se equilibra entre a melancolia e a esperança, do que foi e do que poderá ser.
PS: A recomendação do Hector para assistir "Um Violinista no Telhado" é certamente uma das melhores que já recebi, e meu único arrependimento é ter demorado tanto para aproveitá-la. Escrevo sobre o filme na esperança de que vocês ouçam a recomendação dele, e não subestimem o filme assim como eu o fiz.
Two Thumbs Up!
(Hector,) Han e Obi-Wan Recomendam
Sensacional!
ResponderExcluirOlá! Gostaria de saber se você conseguiu assistir ao filme pela internet, pois não encontrei em nem um site. :/
ResponderExcluirFicarei grata pela resposta.
Jéssica, sinto muitíssimo pela enorme demora em responder, simplesmente não havia visto seu comentário. Bem, pelo menos o timing foi certo, a netflix acabou de disponibilizar o filme essa semana. Se você não tiver uma conta no serviço, tente baixar o torrent do filme no https://thepiratebay.mn/ (lembre-se de procurar o filme pelo seu título em inglês: "Fiddler on the Roof"
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