domingo, 26 de abril de 2015

Crítica: "Vingadores: A Era de Ultron"

Vingadores: Era de Ultron
(Avengers: Age of Ultron)
Ação/Aventura- 2015 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 23/05/2015
Direção: Joss Whedon
Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures



         Segundo filme da já multibilionária franquia dos Vingadores, "A Era de Ultron" estava cercado de uma enorme espectativa desde o anúncio de seu título, por conta do grande sucesso de público e de crítica do primeiro "Vingadores" e dos últimos grandes acertos da Marvel no cinema. O filme começa com uma longa cena de abertura, mostrando o time de super-heróis em uma missão para resgatar o Tesseract das mãos de Baron Von Strucker, mostrando logo de cara o quanto a Marvel acerta em usar elementos que trafegam entre seus vários filmes, dando a todo seu universo, e principalmente a sua principal super equipe, uma incrível e necessária coesão. Durante o decorrer dessa missão somos apresentados aos gêmeos Maximoff, Mercúrio e Feiticeira Escarlate, em seu primeiro confronto com os Vinagadores. Ainda ao fim da missão, Tony Stark acha uma avançada tecnologia de Inteligência artificial que estava sendo desenvolvida pela Hidra, o primeiro passo para a série de eventos que se desencadeiam ao longo de todo o filme.

          Algo que se destaca logo no começo é o quanto o roteiro deste segundo filme é superior ao anterior em muitos aspectos. O chamado Universo Expandido da Marvel nos cinemas chegou a um tal ponto de desenvolvimento que os personagens e seu entrosamento estão firmemente estabelecidos ao ponto de se conseguir criar novas situações entre eles com curtos diálogos ou uma simples troca de olhares. O grande acerto do roteiro de Joss Whedon para "A Era de Ultron" é justamente o de partir destes já estabelecidos elementos para poder dedicar mais atenção aos novos que introduz, extraindo disso tudo uma enorme sincronia, que dá origem a um dos mais complexos e bem polidos roteiros da Marvel até agora, onde a enorme quantidade de personagens e de situações que se impõe não prejudicam de maneira alguma o bom andamento da trama, criando uma grande convergência de elementos que se resolvem e deixam o terreno muito bem preparado para os próximos filmes.
         Em relação ao que já vinha dos filmes anteriores, a Marvel conserta alguns erros. Personagens que não haviam recebido a devida atenção no primeiro Vingadores são agora recompensados com ótimos arcos, principalmente o Gavião Arqueiro, muito colocado de lado anteriormente, e que agora é melhor desenvolvido e tem mais oportunidades de exercer um papel mais interessante no filme. Também nesse filme temos, finalmente, muito mais Hulk em ação, e também um interessante relacionamento entre Bruce Banner e a Viúva Negra, que deixa uma interessantíssima brecha para o tão aguardado filme solo do Hulk. Outro aspecto a ser notado é a relação entre os Vingadores como um time, que, agora já mais estabelecidos, não precisam ser convencidos de que é só como uma equipe que podem derrotar Ultron, o que não os impede de ter vários atritos durante o filme, principalmente discordâncias quanto ao que fazer com o enorme poder que carrega uma Jóia do Infinito, e o perigo de uma inteligência artificial tão avançada.
           Falando em inteligência artificial, temos na criação de Ultron por Tony Stark aquela velha dinâmica da criação virando-se contra o criador, da inteligência artificial ultra inteligente criada para garantir a paz mundial que percebe que a única forma de cumprir tal objetivo é destruindo toda a vida da Terra. A primeira aparição de Ultron é uma cena muito bem construída, em que se confronta com o obediente Jarvis, e decide não receber ordens dos Vingadores, formando logo ali a ideia que o leva a se tornar o vilão tão ameaçador que é nas histórias em quadrinhos. Um grande acerto está no dublador escolhido para o personagem, James Spader, que consegue dar uma imponência incrível para um vilão que aparece pela primeira vez como um robô sucateado, sem apresentar nenhuma ameaça física, mas que o faz através do que representa. O problema está nas escolhas feitas pelo vilão ao longo do filme, que em nenhum momento parecem efetivas ao ponto de constituírem uma real ameaça para heróis tão poderosos como os Vingadores. Voltamos com Ultron para aquela velha história do vilão cabeça de exército que já vimos nos filmes anteriores. Espero que isso seja consertado nos próximos filmes com a presença de Thanos.
        Há muitos críticos dizendo que "A Era de Ultron" se trata de uma enorme decepção e um mero preencher de espaço enquanto aguardamos pelas Guerras do Infinito. Entendo essa posição, mas a acho exagerada. "A Era de Ultron" pode transmitir a impressão de ser um filme mais contido em si, que não parece ter uma influência tão grande assim no que virá pela frente. Apesar disso, tenho a certeza de que quando assistirmos o filme em retrospecto, perceberemos o quanto o que foi nele introduzido  será importante para os futuros filmes. Estes vão desde pequenas aparições, como Wakanda, país do Pantera Negra, e seu maior vilão Ulysses Klaw, quanto os chamados "milagres", Mercúrio e Feiticeira Escarlate, extremamente impactantes dentro da trama de "Era de Ultron". Aliás, considero que são a Feiticeira e Visão, uma espécie de híbrido de homem e máquina criado com o uso de uma das jóias do infinito, dois dos melhores personagens de todo o filme, que são muito bem introduzidos, interpretados e encaixados dentro dessa e de futuras tramas. Outra grande repercussão de "A Era de Ultron" certamente poderá ser percebida em "Capitão América 3: Guerra Civil". É Tony Stark que cria a enorme ameaça que se transforma Ultron, ato este que gera uma forte intriga com os demais Vingadores, principalmente o Capitão América, e certamente terá repercussões futuras.
        Admito que ao final de "Vingadores: a Era de Ultron" não me senti tão satisfeito ou animado quanto após o primeiro Vingadores, ou "Guardiões da Galáxia". Mas deixei a sala de cinema com a firme crença de ter acabado de assistir um ótimo filme, que se não manteve o mesmo brilho de seu filme anterior, soube consertar boa partes de seus erros, com um roteiro mais coeso e melhor trabalhado, resultando em um filme que serve como uma ótima ponte entre o que vinha se desenvolvendo e as drásticas mudanças que certamente estão por vir.






Ótimo

Por Obi-Wan

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