sábado, 13 de junho de 2015

Clássicos Cinemark - Semana 04: "Caçadores da Arca Perdida"

Caçadores da Arca Perdida
Raiders of the Lost Ark

Aventura - 1981 (Estados Unidos)
Estréia no Brasil: 25 de dezembro de 1981
Direção: Steven Spielberg
Distribuição: Paramount Pictures



Entre a selva três homens caminham lado a lado em busca do local onde se encontra um objeto antigo valioso. Quando um deles para seu percurso para analisar seu mapa, um dos outros dois homens saca uma arma escondido pronto para traí-lo, quando o homem com o mapa na mão se adianta e com seu chicote retira a arma da mão do traidor e o faz fugir pela selva.  Eis uma apresentação simples, porém muito eficiente do personagem, do filme e do mito que é Indiana Jones.
Saído direto de uma homenagem/sátira das séries “B” de aventura tão características de matinês de cinemas das décadas de 30 e 40, Caçadores da Arca Perdida mantém seu tom de aventura e puro entretenimento durante toda a projeção apostando em tramas envolvendo Nazistas, poder divino, lutas com chicotes, espadas, armas e perseguições em alta velocidade, contando ainda com um casal de química irresistível. Steven Spielberg queria dirigir um filme de James Bond e acabou desenvolvendo junto de seu amigo George Lucas a idéia de se fazer um filme sobre a história de um arqueólogo que vive suas aventuras pelo mundo como um típico herói galã. E o sucesso deste filme se deve em grande parte a direção quase que irretocável de Spielberg que, tendo compreendido perfeitamente a essência visual e temática do filme (num tempo no qual ele não se rendia tão facilmente ao melodrama... Sim, faz tempo), o diretor utiliza de uma mise em scène perfeita para apresentar todos os elementos em cena, utilizando ainda de movimentos de câmera típicos de obras da década de 30 num filme que mesmo assim tem a cara da década de 80.

Mas o show fica mesmo por parte de Harrison Ford que com um carisma invejável interpreta o aventureiro com convicção de apaixonado caçador de relíquias que este é. Desde o primeiro momento que aparece em cena não há como ignorar a presença de Ford, qualquer um reage a ele, seja por admiração per seus feitos, por pura inveja, por temor a sua vida, ou mesmo como as alunas do professor Jones que são completamente apaixonadas pelo jovem e bonitão professor de arqueologia. Deve-se destacar assim, o quanto humanizado este personagem é. Como todo bom herói de aventura, Indiana Jones não sangra tanto quanto deveria e se recupera rapidamente de grandes lesões, porém este é um personagem que erra, repete, erra de novo, sofre, precisa de ajuda e por vezes tem que tomar decisões puramente racionais em defesa de sua vida – Como ao derrubar uma parede do templo com uma estatua de milhares de anos para salvar-se de um trágico fim.
Assim, o personagem de Karen Allen, Marion Revenwood, é um elementeo essencial para a narrativa não apenas como o par amoroso de Jones, mas sim por em diversos momentos esta ser uma personagem que salva o arqueólogo enfrentando os “vilões”, ao mesmo tempo em que é a detentora do medalhão que move a história de vez, sendo assim frustrante que em certas vezes ela se torne a “mocinha a ser salva” quando a dinâmica de parceria do casal é que rende bons momentos. O roteiro acaba por dar suas derrapadas ainda com a visão estereotipada do oriente e a relação direta de nazistas vilões que leva à lógica de “estadunidenses heróis” e “francês traidor”. Mas este erros não deixam a balança desfavorável para o filme que conta ainda com cenas antológicas como a luta de "espadas" mais rápida, e prática, da história; o momento de encontro do Dr. Jones com seus maiores inimigos: Cobras; Como a brilhante sequencia simples e de certa forma tensa da gigante bola de pedra que persegue o protagonista.
A consideração recorrente de que a participação de Indiana Jones na busca pela arca é irrelevante, visto que este não altera o fim da utilização da arca, me parece um elemento que combina de forma divertida, porém não intencional, com a dinâmica humanizada do personagem. No fim das contas “Caçadores da Arca Perdida” contém uma aura de pura diversão, aventura e nostalgia até mesmo para aqueles não familiarizados com os filmes que homenageia, ao sair da sessão, entre comentários entusiasmados e suspiros e sorrisos, ouvia-se o símbolo máximo do status de clássico e aventura que este divertido filme rende:


 “tandandandaaaaaam, tandadaaamm, tandandandaaaaaam, tantaramtamtaam...”








Por: Han Solo

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