Moonrise Kingdom
Direção: Wes Anderson
Disponibilidade: Online/Download/Netflix
Por: Han Solo
Disponibilidade: Online/Download/Netflix
Por: Han Solo
Há uma singularidade na temática e na estética dos filmes
de Wes Anderson, diretor famoso por seus travellings, planos sequências,
composições perfeitamente simétricas de seus quadros e cores básicas que saltam
da tela. Mas há uma singularidade delicada no humor melancólico e nostálgico
deste belo filme que é Moonrise Kingdom. Tão vasta em sua abordagem a cerca das
primeiras experiências, da inocência e da magia presente em cada lembrança da
infância, este filme é uma peça que por vezes se rende ao óbvio, o que não a
torna menos delicada e bela.
Mas devo dizer que embora esta forma de postagem esteja
designada a recomendações de filmes que nos proporcionaram grandes
experiências, está obra de Wes Anderson é talvez uma de suas mais
"Andersonianas". Todos os elementos citados no parágrafo acima estão
presentes em abundância, o que pode proporcionar uma excelente experiência
cinematográfica para aqueles que são fãs da estética do diretor, ou pode
ser quase insuportável para aqueles que não se dão bem com o estilo tão
característico do cineasta.
Admito que foi uma enorme satisfação notar como o cineasta
utiliza de seus travellings para apresentar seus personagens, da mesma forma
com que uma narração em off explica como a composição de todos os instrumentos
numa orquestra são utilizados para se compor a sonoridade perfeita de uma
apresentação. Dessa forma o cineasta já salienta que embora haja uma história
de amor que mova a narrativa, é o conjunto de todas as ambições e frustrações
dos personagens que estão no centro do filme.
Desde o casamento frustrado do casal Bishop (Bill Murray e
Frances Mcdormand) até a melancolia terna do Capitão Sharp (Bruce Willis),
contando ainda com uma atuação carismática de Edward Norton para o incompetente
Escoteiro Mestre Randy Ward, são as suas emoções e suas ilusões representadas
de maneira tão agridoces que movem a história. Se em cada cena Anderson faz
questão de compor com cuidado seus planos, tudo acaba se encaixando
perfeitamente com a melancolia de seus personagens. Nos levando ainda a torcer
pelo jovem casal, Sam e Suzy (Gilman e Hayward, dois jovens talentos), em suas
descobertas a cerca da sexualidade e do amor, fazendo com que o espectador veja
a doçura e certa inocencia em pequenos atos que (metafóricos no filme ou não)
nos remetem à tempos de pré-adolescência, quando órgãos genitais eram motivo de
risinhos e brincávamos de saber o que é amor. Se a empatia é uma característica
típica do cinema, este filme cumpre bem com sua função nos gerando no processo
uma melancólica nostalgia tão singular a nós quanto o humor nos filmes de Wes
Anderson.
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