domingo, 12 de abril de 2015

Crítica: "Frank"


Frank
Drama - 2014 (Estados Unidos)
Data de Estreia no Brasil: 16/04/2015
Direção: Lenny Abrahamson
Distribuidora: Europa Filmes



(Sorriso Não Ameaçador)
“Fazer um drama que envolva pessoas com problemas mentais é um desafio. Fazer uma comédia conceitual e de humor refinado é outro grande desafio. Fazer um filme que consiga conciliar tão bem esses dois elementos é para se fazer qualquer tipo de elogio. Some a isso ainda uma interpretação corporal e de voz sensacional de Michael Fassbender e você terá Frank”. Estas foram as minhas palavras ao escrever sobre este maravilhoso filme ao inclui-lo em nossa lista dos 10 melhores filmes de 2014 e acredito tê-lo resumido bem. Frank é um filme estranho, melancólico, inesperadamente muito engraçado e ainda nos brinda em sua complexidade psicológica e a de seu personagem título.
(Feição de Pensativo)

Jon (Domhnall Gleeson) é um aspirante à músico que passa os dias tentando compor algum “hit Indie” a partir de experiências cotidianas, este personagem se esforça imensamente em ser um grande compositor. Um dia ele acaba por inesperadamente integrar uma banda de Rock alternativo (eufemismo) na qual o seu líder, Frank (Michael Fassbender), é uma espécie de gênio musical que nunca tira um enorme capacete de papel machê da cabeça. Frank se mostra naturalmente um grande artista.
(Olhar Melancólico)
Esta dualidade da forma dinâmica de se criar arte, bem como a inspiração e o talento, estão no centro do longa. O filme ainda vai além e considera questões de fama como a qualidade artística, a aceitação do público que reflete na auto aceitação do artista e nos leva por um mundo de frustrações, sofrimento e irreverência. Por mais que o personagem de Michael Fassbender não seja literalmente o personagem principal (mesmo dando nome ao filme e carregue suas principais discussões, acompanhamos Jon nesta história) é impressionante como a complexidade da personalidade de Frank nos prende.
(Sorriso Bondoso)
E a atuação corporal deste magnífico ator é um show a parte. Utilizando da variação vocal e expressão corporal para demonstrar todas as emoções de Frank, esta é uma atuação maravilhosamente tocante e muito bem calculada por Fassbender. Frank, que poderia ser uma caricatura, se torna um personagem vivo e intrigante em cada uma de suas atitudes, se em um determinado momento estamos convencidos de sua genialidade, em outros estamos tocados por sua saúde mental. Como ter certeza da natureza do artista? Quando Frank diz que tipo de feição este está realizando por baixo da mascará estas são realmente as suas emoções? Um artista frustrado e desesperado por aceitação ou um gênio intrigante e cheio de problemas particulares? Frank é um ser humano complexo em cada pequeno detalhe, sendo assim triste que o filme relegue a diversos outros personagens uma visão quase unidimensional.
(Sorriso de Olhos Marejados)
Funcionando em suas discussões artísticas, atuações perfeitas, humor refinado e drama psicológico, Frank caminha ainda para um Fade Out perfeito numa das melhores sequencias finais que tive o prazer de ver nos últimos anos. Frank é complexo, divertido e envolvente, sendo realmente uma pena a demora de mais de um ano para a chegada do filme no circuito comercial brasileiro. O filme pode não dizer nada diferente do que já foi dito em outros filmes sobre bandas, mas é inegável o seu poder em cada nota que nos toca.



(Sorriso Melancólico)







Excelente
Por: Han Solo

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