domingo, 13 de setembro de 2015

Não Viu? Eu Recomendo! - "Lunar"

Lunar
(Moon)
Direção: Duncan Jones
Disponibilidade: Netflix/Download/Online

Por Obi-Wan



          Pessoalmente, "Lunar" é exatamente o tipo de filme que mais gosto: um filme de ficção-científica que se utiliza de um cenário em um futuro próximo para discutir assuntos delicados sobre nossa própria realidade. Essas discussões são abordadas de maneira bastante sutil e não são verbalizadas pelos personagens do filme, mas não é tão difícil encontrá-las nas entrelinhas.O filme explora temas como exploração espacial, a busca por novas formas de energia, o poder das grandes corporações e principalmente a possibilidade tecnológica de se replicar vida humana e as consequências disso. Porém, assim como o trailer do filme, pretendo não entregar muito sobre a trama, pois "Lunar" é um daqueles filmes que quanto menos você souber antes de assistir, melhor. O que vou dizer é que o filme começa como uma situação clássica da ficção-científica: um homem isolado de contato humano em uma estação espacial distante da Terra, tendo como companhia apenas uma inteligência artificial. Este homem, Sam Bell, passa a questionar sua própria sanidade e o filme se torna um thriller psicológico sobre isso... até de repente não ser mais.

            Com um roteiro muito bem escrito, "Lunar" se desenvolve no ritmo e na intensidade ideais para se contar tal história, deixando tempo e espaço para constante reflexão por parte do espectador, sem nenhum tipo de diálogo exposicional que torne tudo muito óbvio e fácil. A edição do filme e a direção de Duncan Jones trabalham em extrema ressonância com o roteiro de Nathan Parker, resultando em um filme conciso e que a todos os momentos dá a impressão de ter sido minuciosamente planejado e executado, o que é impressionante visto que as filmagens levaram apenas pouco mais de 30 dias. Extremamente importante para o filme é também a atuação de Sam Rockwell, que representa perfeitamente o arco de auto-consciência que seu personagem enfrenta ao longo do filme. Outro destaque é a dublagem de Kevin Spacey para o robô de inteligência artificial, GERTY, que ganha a partir do ator o exato equilíbrio entre uma sensação de humanidade e artificialidade.
          Em relação ao aspecto visual, é impressionante a qualidade dos cenários que Duncan Jones conseguiu criar com o enxuto orçamento de estimadamente 5 milhões de dólares. Muitas das cenas, principalmente as que envolvem imagens da lua vista de longe, foram criadas pela equipe de produção com efeitos práticos. É perceptível que "Lunar" se utiliza pouco de computação gráfica, gerando uma belíssima cinematografia, com vários momentos e quadros memoráveis. Essa praticidade no visual do filme cria um efeito de realismo, que juntamente com quase todos os outros aspectos do filme, o aproximam muito dos filmes do gênero do ficção-científica dos anos 70. No final das contas, é isso que resume "Lunar": hardcore science-fiction, algo que pode desagradar a muitos, mas que certamente encantará fãs do gênero. Eu pessoalmente adorei o filme e certamente o recomendo.




Han e Obi- Wan recomendam!
          

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