terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Crítica: "Operação Big Hero"

Operação Big Hero
(Big Hero 6)

Ação/Animação/Aventura (2014 Estados Unidos)
Data de Estréia no Brasil: 25/12/2014
Direção: Chris Williams e Don Hall
Distribuidora: Disney / Buena Vista


Ao sair da sessão de Operação Big Hero, a mais nova animação da Disney, eu tinha duas certezas: A primeira é que a imaginação visual das mentes responsáveis pelas animações do Estúdio parecem não perder nunca a mão, aproveitando em cada quadro para explorar, de forma sempre muito criativa, o universo no qual seus personagens estão inseridos assim como os próprios; A segunda, infelizmente, é de que tal inventividade havia sido colocada dessa vez em uma história não muito satisfatória para os fãs do gênero. Sim, aqui e ali a narrativa consegue carregar nossas emoções no ritmo da aventura, comédia e até emotividade, porém determinados caminhos tomados pelo roteiro acabam por soar pouco imaginativos.

 Para falar então destes erros e acerto, devo então fazer uma breve sinopse: Na metrópole futurística de San Fransokyo o jovem gênio da robótica Hero acaba por se juntar a um grupo de jovens cientistas e um robô programado para cura, Baymax, para combater um inimigo que ameaça a segurança e a paz da cidade.
 Como já disse, os maiores acertos desta animação residem no visual estabelecido pelos realizadores do filme. Construindo a cidade de San Fransokyo como uma capital da tecnologia  a partir da junção de elementos de Tokyo e San Francisco (sendo o nome desta uma obviedade até divertida), logo no começo da projeção já temos muito bem estabelecida a metrópole ao vermos formas de construções orientais em construções “famosas” da cidade Norte Americana (pontes, prédios e até mesmo as ruas e estradas) ali, sem grandes discursos explicativos temos a nossa premissa de que a história se passa num futuro de culturas muito difundidas.
 Além de construções arquitetônicas, os diretores Chris Williams e Don Hall acabam por extrair bons momentos cômicos a partir do visual do robô Baymax. Seja por suas armaduras montadas pelo garoto Hero, bem como as transformações visuais a partir de suas próprias formas, Baymax é aproveitado de forma extremamente imaginativa para a narrativa sendo as suas falas e humor “físico” os pontos altos do filme. Ainda, deve-se dar todos os créditos aos realizadores por estabelecerem as feições dos personagens de forma que refletem muito bem as personalidades de cada um, criando mais uma vez, personagens femininas que tomam a dianteiro, não servindo apenas como meras molas para um desenvolvimento de um personagem masculino, mas sim, sendo úteis a missão dos heróis  (observem, por exemplo a personagem Gogo Tomago).
 Assim, é uma pena realmente observar que tantos pontos visuais positivos sejam relegados a um roteiro que toma caminhos visivelmente preguiçosos. Todas as “reviravoltas” da história são colocadas na narrativa de forma extremamente sem graça, com clichês e caminhos burocráticos destoando (e muito) das maravilhas que já vimos com “O Rei Leão” e “Frozen”. As revelações de vilões, bem como as suas motivações, acabam por soar sem originalidade nenhuma, bem como certas tragédias que envolvem os personagens, salvo um único momento bem para o final da narrativa no qual o que surpreende não é o resultado em si, mas sim a forma com que o desfecho se realiza. Ainda assim, o filme insiste em utilizar de diálogos extremamente expositivos para estabelecer o passado de cada personagem.
 Mesmo que com esses problemas, Operação Big Hero se apresenta como um passatempo divertido e tocante no relacionamento entre Hero e Baymax que (ai sim) funciona muito bem no roteiro, fazendo com que nos importemos não só com o desfecho da luta contra o mal como também no desenvolvimento da relação dos protagonistas. Só nos resta aguardar para que a Disney mantenha seu nível técnico e retome a qualidade no roteiro que já tivemos o prazer de assistir.

*Obs: É possível ver uma referência divertida a um personagem corriqueiro em qualquer filme de um personagem Marvel.
*Obs 2: O 3D, como acontece na maioria dos casos, se mostra descartável, sendo apenas interessante ou relevante em momentos pontuais da narrativa.







Bom

Por: Han Solo

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