sábado, 7 de novembro de 2015

Crítica: "007 Contra Spectre"

007 Contra Spectre
(Spectre)
Ação/Aventura
Data de Estreia no Brasil: 05/11/2015
Direção: Sam Mendes
Distribuição: Columbia Pictures


          Último filme da fase de Daniel Craig como o espião mais famoso dos cinemas, "Spectre" estreia nesta semana com a missão e a expectativa de superar seu antecessor, "Skyfall", grande sucesso de público e crítica. Almejando atingir tal objetivo, os produtores do filme convenceram Sam Mendes a voltar para comandar a sequência, mesmo após o diretor ter afirmado não ter intenção de dirigir um outro filme da franquia 007. A trama de "Spectre" claramente se esforça para transmitir uma sensação de fechamento, desde seus minutos iniciais. Como último filme dessa fase de James Bond, é natural que ele tente levar em conta os eventos transcorridos nos filmes anteriores para fazer uma espécie de apanhado e concluir este arco. Para tanto, o filme usa como antagonista SPECTRE, a famosa organização dos filmes de 007, no mais clássico estilo do vilão aparentemente onipotente e onipresente, que espalha seus tentáculos por todos os lados.

           Pela descrição feita acima, provavelmente a imagem que se desenha na cabeça é a de um filme grandiloquente, com cenas de ação frequentes, épicas e grandiosas. Porém, para minha surpresa e provavelmente a de muitas pessoas, "Spectre" é um filme por um bom tempo bastante "morno". A única cena que tenho certeza ser realmente memorável é a própria sequência de abertura, que usa de maneira muito inteligente seu cenário de comemoração do "dia de los muertos" no México. O restante do filme, porém, é um misto de elementos que se encontram em qualquer filme de espionagem, principalmente os do próprio 007. Marcam presença aqui desde o romance com a filha de um inimigo de Bond até a óbvia presença de um membro da organização inimiga infiltrado entre os espiões.
            Pelos motivos acima citados, "Spectre" acaba constituindo-se numa trama bastante rasa. Por isso, o tiro acaba saindo pela culatra e este novo filme é muito mais comparável a "Quantum of Solace" do que a "Skyfall". A estrutura básica da trama os dois filmes é exatamente a mesma: Bond vai atrás de uma organização criminal que interferira em sua vida. Porém, não se espante com a minha comparação. "Spectre" tem muito mais elementos interessantes e cativantes do que "Quantum of Solace", um filme sem graça feito às pressas devido a uma greve dos roteiristas em 2007. Porém, quem busca uma diversão descompromissada no melhor estilo 007 provavelmente sairá bastante satisfeito de uma sessão de "Spectre". O filme é repleto do humor sarcástico e do charme característico ao personagem, sem contar as boas cenas de ação. O que falta ao filme é profundidade, explorar com mais consistência seus principais elementos narrativos, que acaba por jogar na trama de maneira displicente, dando a impressão de que o filme foi feito em pouco tempo para aproveitar a expectativa deixada pela qualidade de seu antecessor.
        Para mim, o maior erro de "Spectre" está na construção de seu vilão principal, interpretado pelo ótimo Cristoph Waltz, que pouco pode fazer na pele de um personagem fraco, com motivações muito pouco exploradas e desenvolvidas. Isso fica ainda mais evidente por conta da comparação natural com o excelente vilão de Javier Barden em "Skyfall". Além disso, a relação estabelecida entre a organização SPECTRE e os acontecimentos anteriores na vida de James é apressada e pouco desenvolvida. Até mesmo a direção de Sam Mendes parece demasiado padronizada e pouco inspirada. Esqueça a belíssima estética e fotografia de "Skyfall", ela não volta a aparecer em "Spectre".
            De maneira geral, "Spectre" é um bom filme, que consegue manter um bom nível de entretenimento para seu público. Porém, nunca se aprofunda naquilo que deveria, acabando por não criar nada novo ou memorável. Além disso, o filme ultrapassa em alguns minutos o que seria sua duração ideal, com um terceiro ato que se estende por tempo demais. No fim das contas, "Spectre" nunca chega a ser um filme chato como "Quantum of Solace", mas fica consideravelmente longe do alto nível estabelecido por "Casino Royale" e "Skyfall".












Bom

Por Obi-Wan

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