(The Elephant Man)
Direção: David Lynch
Disponibilidade: Dowload/Online
Por Han Solo
“Eu não sou um elefante! Eu não sou um animal! Eu sou um ser humano!"
Quando
esta frase é dita pelo protagonista à seus agressores curiosos que o
encurralam, retiram seu capuz e o julgam por sua aparência deformada por uma
doença rara, a frase também atinge o espectador que, de curioso e chocado pela
figura do jovem cruelmente apelidado de “Homem Elefante”, passa ao longo do
filme para sensibilizado e envolto de empatia por um ser humano que poucas
vezes conheceu o exercício da palavra “carinho” em sua vida. O poder de chocar
e sensibilizar está no centro narrativo desta maravilhosa obra de David Lynch,
desde a pesada maquiagem que compõe o personagem título, até as lágrimas que
escorrem dos olhos deste.
Baseado
nos inscritos médicos do Dr. Treves (brilhantemente interpretado por Antony
Hopkins), o filme conta a trágica história de John Merrick que, com 21 anos de
idade, havia passado a vida como atração de “feira de monstros” (Freak show),
conhecendo apenas os maus tratos, acabando por morar num hospital no qual ainda
é muitas vezes tratado como figura de estudo e espanto para os médicos. Ao longo
do filme a sua auto-percepção como indivíduo se altera enquanto a sociedade
ainda tenta observá-lo com curiosidade.
Mais
do que uma biografia emocionante, “O Homem Elefante” é um retrato humanista
brilhante não só das dores e emoções de um homem tratado como monstro, mas
também do ser humano que tem a capacidade de ser monstruoso em sua crueldade e
repugnância pelo “diferente”. Recheado de cenas que proporcionam o mais sublime
dos momentos sentimentais, o clássico de 1980 se estabelece como um filme
sólido e bem estruturado em sua sensibilidade. Contando ainda com uma atuação
fabulosa de John Hurt, que transcende a maquiagem em seu tom de voz, movimentos
duros e construindo delicadeza onde só há dor.
A
direção de David Lynch muito mais contida do que de costume (mesmo que conte
com uma sequencia de abertura na qual o subjetivo do expectador ultrapassa o
objetivo da obra) caminha pelas imagens preto e branco de uma Londres Vitoriana
dividida entre a beleza e o horror. “O Homem Elefante” ainda se fecha com uma
cena que demonstra toda a complexidade dos sentimentos humanos nas menores
decisões e atitudes que podemos exercer no dia-a-dia. O filme exemplifica muito
bem toda a força e dor do ser humano maravilhoso e complexo que era John
Merrick.
Han e Obi-Wan recomendam!
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