(Limitless)
Direção: Neil Burger
Disponibilidade: Netflix/Download/Online
Por Eddie Morra
Imagine ser capaz de acessar a
totalidade de suas faculdades mentais, explorar a plenitude de suas
propriedades intelectuais, emotivas e sensoriais. Tal dádiva cai no colo do
vagabundo/escritor Edward Morra (Bradley Cooper), traduzindo-se como o enredo
do excelente thriller “Limitless”. O privilégio do saber total chega ao nosso
protagonista num momento de extremo declínio existencial, em que sua vida
parece ter finalmente atingido o ponto mais baixo, o fundo do poço, o marasmo
absoluto. Eddie logo se apresenta, em primeira pessoa, dizendo-se um trintão
largado no mundo, cujas ambições foram devoradas pela apatia. O último suspiro
de esperança para o pobre Eddie se esvai quando sua namorada, interpretada pela
bela Abbie Cornish (RoboCop) rompe o relacionamento por não aturar mais o
quadro deprimente que ele havia se tornado.
Numa de suas raras saídas, entre uma bebedeira e outra, ele
esbarra de uma maneira bastante improvável e descontraída, com o NZT, o real e
encapsulado protagonista do filme. Morra ingere a substância sem pestanejar na
base do sabido raciocínio “pior do que está não fica”. A partir daí, ele vê o
mundo iluminar em todos os sentidos, fazendo uso de suas novas e desconhecidas
habilidades constante e precisamente. Os cem por cento de seu intelecto, disponíveis,
fazem com que Eddie organize seus objetivos e desempenhe com fluidez todas as
pendências que o agoniavam quando em sua forma mundana. Ele alcança a glória, ganha
dinheiro, recupera sua garota, faz amigos, conclui seu livro e expande suas
próprias ambições, antes vazias e apáticas. A trama se ocupa do transcorrer
desafiador e delicado deste processo de transformação de Eddie Morra. Durante o
filme, são apresentados obstáculos, oportunidades, possibilidades, ameaças,
intrigas e chantagens, tudo isso com uma pitada de Robert De Niro (para delírio
de nosso Han Solo).
O filme é uma refeição completa, não
deixa a desejar em nenhum aspecto e se constitui como o predileto deste
colaborador. “Limitless” é uma metáfora belíssima que evidencia o quanto nós, os
seres que não têm acesso ao NZT, subaproveitamos nosso pensar. Aliás, a pílula
em si completa divinamente a metáfora que é o filme, fazendo-nos refletir sobre
a questão potencial do território inexplorado do pensamento.
PS: O filme se
expandiu num seriado chancelado pela ABC, que conta com Bradley Cooper na
produção executiva e esporádica participação. Uma dica: Não esperem uma coisa
dentro da outra. O filme é magistral, já a série, embora possa ainda engrenar,
está se mostrando apenas regular.
Han, Obi- Wan (e Fábio) recomendam!
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