quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Crítica: "O Mestre dos Gênios"

O Mestre dos Gênios
(Genius)
Data de Estreia no Brasil: 22/09/2016
Direção: Michael Grandage
Distribuição: Roadside Attractions


       Com estréia prevista para 22 de setembro, Genius chega aos cinemas brasileiros trazendo um bálsamo para os apreciadores da literatura canônica norte-americana. O filme agrega em si, um propósito multi-biográfico que abraça as trajetórias do editor Max Perkins (Colin Firth) e do clássico autor Thomas Wolfe (Jude Law), tangenciando personalidades como Ernest Hemingway (Dominic West) e F. Scott Fitzgerald (Guy Pearce). Nicole Kidman, que já havia retratado Martha Gelhorn, esposa de Hemingway, anteriormente, troca de companheiro e encarna Aline Bernstein, companheira de Wolfe.

Centrado na relação singularmente fraternal entre Perkins e Wolfe, o substrato fundamental do longa é, definitivamente, a angústia. Digo isso pois é também a angústia, o motor das obras destes autores que vivenciaram a América transitória de meados dos anos 20 até fins dos anos 40. Tal transição é digerida por eles através de uma escrita densa, repleta de desespero pontual que trata as folhas dos livros como um justo e irrestrito confessionário.
A palavra é muito bem tratada no roteiro de Genius. São as palavras de Thomas Wolfe que nos carregam pela mão e nos evidenciam como ele compreende o mundo e faz de suas perspectivas, idéias e concepções, sua passagem para a condição de escritor reconhecido. A carga dramática da trama se equilibra graciosamente entre a genialidade dos protagonistas e as conseqüências, doces e cruéis,  que o saber privilegiado traz para a vida de um indivíduo.
Genius é um exemplo de como é possível trazer para as grandes telas, toda a sensibilidade de grandes livros, sem deixar uma só emoção de fora. Seu maior mérito é a linguagem quase artesanal que consegue fazer com que o espectador não se sinta desencorajado diante de sentimentalidades tão complexas. O filme é, sobretudo, uma exaltação à arte da escrita, escancarando-a desde a dor até a glória, em sua mais genuína essência.  







Ótimo

Por Fábio D.A.L Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário