Por Obi-Wan
Não deve ser novidade para ninguém que Hollywood vem há pelo menos 50 anos construindo uma imagem vilanesca e caricata do povo árabe. Sempre que um muçulmano é personagem de algum filme norte-americano, ele é quase sempre o vilão, cruel, terrorista, fanático religioso e desprovido de compaixão. Ou então é um alívio cômico, um personagem ignorante e ultrapassado, abaixo do nível dos outros personagens do filme e que serve para fazê-los rir. Os motivos dessa absurda caricaturização de um povo inteiro são principalmente políticos, visto que esta teria ficado mais forte nos anos 70, depois da crise do petróleo. Porém, antes disso já se existia uma enorme ignorância em relação ao "Oriente". "Lawrence da Arábia" (1962), um dos melhores épicos de todos os tempos, representa os árabes durante a Primeira Guerra Mundial como tribalistas violentos que não conseguiriam ter paz entre si sem a presença salvadora do homem branco britânico. Já na década de 90, após a Guerra do Golfo, temos o claro exemplo de "True Lies" (1994), onde os árabes são tanto vilões sem almas quanto ignorantes, e Schwarzenegger parece descarregar o ódio de toda uma nação em cima do personagem árabe. Para ver tudo isso de forma detalhada, basta assistir "Reel Bad Arabs: How Hollywood Vilifies a People", excelente documentário sobre o tema, disponível no YouTube.
Acesse o post no novo site do H35mm: https://historiaem35mm.wordpress.com/2015/08/24/a-cruzada-2005-uma-pequena-redencao-de-hollywood/
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