sábado, 15 de agosto de 2015

Crítica: "Missão: Impossível - Nação Secreta"

Missão: Impossível - Nação Secreta
(Mission: Impossible - Rogue Nation)
Ação/Aventura - 2015 (Estados Unidos)
Data de Estréia no Brasil: 13/08/2015
Direção: Christopher McQuarrie
Distribuidora: Paramount Pictures


       Chega aos cinemas brasileiros nessa semana "Nação Secreta", quinto filme da série Missão Impossível. Pouquíssimas franquias conseguem chegar a essa grande quantidade de filmes. Fazer isso e ainda conseguir que o quinto filme seja o melhor de todos é um feito ainda mais considerável. Assim como Velozes e Furiosos, Missão Impossível conseguiu achar uma maneira de se reinventar, ressuscitando uma franquia que parecia não poder mais render bons frutos. Desde o terceiro filme, dirigido por J.J. Abrams, novos diretores assumem a difícil tarefa de trazer algo novo, ainda que mantendo-se dentro de uma certa fórmula que sempre foi marca de todos os filmes da franquia. "Nação Secreta" segue, portanto, o tradicional padrão de um Ethan Hunt e sua equipe agindo de maneira independente, sempre cortados da IMF por algum motivo. Nesse caso, a própria agência é temporariamente desligada e Hunt deixado sozinho em sua luta contra o Sindicato, tornando-se um fugitivo (de novo).

         Pela sinopse é fácil de se perceber que não haverá nada em "Nação Secreta" que traga sérias inovações ao gênero de espionagem. O que o filme consegue fazer de forma brilhante é usar fórmulas sem soar clichê demais e partir de um seguro padrão pré-estabelecido sem parecer excessivamente previsível. Tudo bem, se você realmente parar para pensar sobre a trama, não é nem um pouco difícil saber o que acontecerá. Mas para que se preocupar em fazer isso se o que está sendo exibido em tela é extremamente divertido? Entretenimento é o que não falta em "Nação Secreta", com inúmeras cenas de perseguição, lutas e as já tradicionais megalomaníacas sequências de ação, como a já famosa cena, presente no trailer, em que Hunt se pendura na porta de um avião em decolagem. 
          O sucesso desse novo filme deve-sem grande parte à ótima direção de Christopher McQuarrie, também um dos responsáveis pelo roteiro, e que já havia trabalhado com Tom Cruise em "Jack Reacher: O Último Tiro" (esse sim formulaico e completamente esquecível). Falando em Tom Cruise, a outra parte dos créditos devem ser dados ao ótimo elenco, especialmente o trio de personagens principais, formados por Tom Cruise, Simon Pegg e Rebecca Ferguson. Cruise e Pegg fazem de maneira extremamente competente o que já se esperava deles. Enquanto o primeiro conseguiria ser uma estrela de ação enquanto dorme, com seu aparentemente inesgotável carisma frente às câmeras, Pegg proporciona mais uma vez excelentes momentos de alívio cômico, com seu certeiro timing cômico. Em "Nação Secreta" há ainda o diferencial de terem conseguido encaixar seu personagem, Benji, de maneira muito mais natural e funcional no roteiro, dando-lhe muito mais o que fazer.
         Já Rebecca Ferguson merece um parágrafo a parte, porque sua personagem é tão protagonista quanto a interpretada por Tom Cruise, sendo que os dois tenham talvez o mesmo tempo de tela. Todas as cenas contendo os dois personagens são ótimas, principalmente as cenas de ação. Porém, a relação entre ambos está muito longe de ser tão boa quanto a construída entre Max e Furiosa em "Mad Max". No caso aqui tratado, a personagem de Ferguson desempenha um papel tão importante quanto Hunt nos momentos de ação, chegando inclusive a salvá-lo em dado momento. Porém, a personagem é frequentemente sexualizada pelo filme, parecendo mais uma bond girl boa de briga. Mais para o fim, o roteiro não resiste em criar um interesse amoroso entre os dois, levando-a até a propor para Hunt uma fuga completamente sem sentido. Desse modo, seguindo o padrão do filme, a relação entre os dois personagens não resiste à velhas fórmulas, apesar de muito bem executada.
        De pontos negativos podemos destacar a fraca motivação do principal vilão do filme, que nunca é desenvolvida, deixando tudo muito no ar. O próprio personagem é bastante fraco e rapidamente esquecido, assim como o do filme anterior. "Nação Secreta" também não resiste a usar o famoso deus ex machina da franquia: as máscaras, que funcionam de maneira impecável e são usadas para resolver quase tudo. Com uma duração de 131 minutos, o filme parece um pouco esticado mais para o fim, levando a algum nível de cansaço. Porém, nada disso diminui o fato de que "Nação Secreta" é um filme extremamente divertido e bem executado e que certamente vale a pena uma ida ao cinema.






Ótimo

Por Obi-Wan

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