quarta-feira, 1 de junho de 2016

Crítica: "Truque de Mestre: O Segundo Ato"

Truque de Mestre: O Segundo Ato
(Now You See Me 2)
Ação
Data de Estreia no Brasil: 01/06/2016
Direção: Jon M. Chu
Distribuição: Paris Filmes


Lançado em 2013, Truque de Mestre era um passatempo até que divertido e que só não se tornava esquecível por possuir um terceiro ato pavoroso muito criticado na internet. Balanceando-se justamento pelo absurdo patente de suas situações e truques de mágica (que ao menos possuíam coerência com o tom descompromissado de boa parte da narrativa) o filme foi um belo sucesso de bilheteria gerando esta sequencia que sai agora nos cinemas. Passando-se um ano após os acontecimentos do ultimo filme, o grupo de ilusionistas se reúne para uma nova série de golpes sendo enganados e forçados a trabalhar para… Olha, sinceramente, é mais fácil eu dizer que a trama desta sequencia é genérica e erra no que eram pontos fortes do primeiro filme e repete justamente o que era mais frágil e frustrante no filme anterior: um “plot twist” previsível e desinteressante.
Privilegiar tais aspectos totalmente desfuncionais do primeiro filme neste segundo e relegar os truques de mágica a pouquíssimos minutos de cena é uma decisão incompreensível por parte dos roteiristas. No fim das contas a projeção está cheia de sequencias de ação que voltam a brincar com o “absurdo” de situações que permeavam o primeiro, mas sem qualquer brilho ou um grande mistério que possibilite o espectador imergir na narrativa. Em vez disso o roteiro (escrito por Ed Solomon) foca no drama frágil e formulaico presente no primeiro filme envolvendo Dylan Rhodes (Mark Ruffalo), o pai deste e Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), algo que não acrescenta em nada ao filme além de mais um final de revelações risíveis. 
Por falar no elenco, este repete os mesmos tipos que já interpretavam no primeiro filme e que por sua vez eram caricaturas das personas cinematográficas dos atros envolvidos, mas contando com a adição de uma figura extremamente divertida neste novo longa. Não, não me refiro ao personagem de Daniel Radcliffe, mas sim ao irmão gêmeo de Merritt Mckinney, possibilitando a Woody Harrelson criar uma variação inspirada do próprio Merritt. E enquanto Lizzy Caplan parece determinada a tentar roubar o filme para si, sendo sabotada por diálogos pavorosos, ao interpretar a nova integrante Lula (traduzida na legenda para Lola por motivos de… Bem, você já pode imaginar o motivo ridículo), Jesse Eisenberg parece extremamente entediado e no piloto automático. 
Características estas que parece dividir com o diretor do filme Jon M. Chu que filma suas sequencias de ação apenas de forma correta, funcionando moderadamente bem quando utilizando CGI com certa imaginação, mas muito repetitivo quando necessita de uma coreografia bem definida numa mise-en-scène bem estabelecida, algo que fica claro numa sequencia envolvendo uma carta de baralho que se arrasta bem mais do que o necessário - ainda mais quando levamos em consideração que tal cena é totalmente inútil quando mais uma revelação bombástica (sarcasmo) é feita ao fim da projeção. 
Infelizmente, escrever sobre “Truque de Mestre: O Segundo Ato” é uma tarefa ingrata e difícil, não por ser um filme truncado com ideias complexas, mas por possuir defeitos tão claros e qualidades sempre no famoso nível “Meh”. Um filme completamente comum e esquecível que não chega a ser um desastre colossal e incompreensível como qualquer filme da franquia “Transformers”, mas enquanto a palavra que marcava o primeiro filme era “Absurdo”, este novo é indiscutivelmente categorizado como “Desnecessário”.






Regular

Por Han Solo

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