Direção: Rian Johnson
Disponibilidade: Netflix/Download/Online
Por: Obi-Wan
Me lembro de ter ido assistido "Looper" no cinema, em 2012. Fui da melhor forma possível, ou seja, sem nenhuma noção do que esperar do filme. Eu mal sabia a premissa, apenas o que se pode identificar pelos ótimos posters e tagline, que diz algo como: "Caçado por seu futuro, perseguido por seu passado". Portanto, assistir o excelente filme de Rian Johnson pela primeira vez foi para mim uma enorme e gratificante surpresa. O inteligentíssimo roteiro, escrito pelo próprio Johnson, vai aos poucos nos apresentando a um mundo futurista do ano 2044, aparentemente dominado por gangues e pela máfia. Em ainda outro futuro, 2074, quando a viagem no tempo terá sido inventada (ahhh, tempos verbais e filmes de viagem temporal) a máfia envia pessoas para serem assassinadas em 2044, pois no tempo em que vivem é praticamente impossível se livrar de um corpo sem deixar rastros. Os responsáveis por executar esses enviados são chamados de loopers. Para tornar tudo mais interessante, em algum momento do futuro esses loopers serão capturados e enviados para serem assassinados por suas versões mais jovens, assim "fechando seu loop".
O filme parte dessa complexa e intrigante premissa, mas não se prende somente a ela, conseguindo sempre apresentar novos elementos extremamente interessantes, que conseguem prender sua atenção até o fim. O segundo ato do filme mistura o arco de Joe (Joseph Gordon-Levitt) e sua dinâmica com sua versão mais velha (Bruce Willis) e a intrigante história de origem de Rainmaker, o novo chefe da máfia em 2074. Tudo isso é muito bem desenvolvido e carregado em um ótimo ritmo por Johnson. Destaque também para a ótima edição do filme, que consegue trazer uma necessária dinamicidade para o desenrolar da trama. Um dos pontos mais interessantes do longa é a ótima dinâmica criada entre as duas versões de Joe. Gordon-Levitt atua com uma pesada maquiagem facial, para parecer mais verossímil como uma versão mais jovem de Willis, o que acredito que funcione bem. Porém a real semelhança alcançada se deve à sua ótima capacidade como um ator, pois consegue captar e reproduzir muito bem os maneirismos de Willis, principalmente seu tom de voz e cadência de fala. Já Bruce Willis, como sempre entrega bons momentos dramáticos quando isso lhe é exigido e sabe como ninguém parecer badass nas cenas de ação. Outra atriz que merece destaque é Emily Blunt, em sua ótima interpretação da mãe de Cid, o garoto de 10 anos que virá a ser o Rainmaker, personagem também muito bem escalado.
"Looper" é um filme extremamente sincero sobre o quão confuso é lidar com viagem no tempo. Como diz sabiamente o próprio Joe: "Eu não quero falar sobre viagem no tempo porque se começarmos ficaremos aqui o dia inteiro falando sobre isso, fazendo diagramas com canudinhos". Assim, de maneira inteligente, e um pouco preguiçosa, o filme foge de uma discussão mais profunda sobre os inúmeros possíveis paradoxos causados por sua trama, tentando nos convencer de que o que mostra é exatamente o que aconteceria. Funciona pra mim. Após assistir por mais duas vezes, minha opinião sobre "Looper" se mantém a melhor possível: o vejo facilmente como um dos 5 melhores filmes de ficção-científica dos anos 2000, principalmente por conta de seu excelente final, que ainda consegue me deixar de queixo caído pensando sobre as inúmeras possibilidades que proporciona.
Han e Obi- Wan recomendam!
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