sexta-feira, 10 de julho de 2015

Não Viu? Eu Recomendo! - "Operação França"

Operação França
The French Connection
Direção: William Friedkin

Disponibilidade: Online, Dowload, Netflix

Por: Han Solo



Ok... Tá certo que William Friedkin é um diretor sem senso algum de limite quando este quer alcançar um determinado resultado, mas a cena de perseguição contida em Operação França é uma das coisas mais insanas que já presenciei no cinema... E também uma das mais geniais. Friedkin não fechou as ruas de Nova York para realizar uma perseguição envolvendo trens e carros, não programou movimentos, ligou sua câmera, gritou "ação!" e simplesmente saiu no encalço de Jimmy “Popeye” Doyle  (Gene Hackman). E o resultado é um só: Operação França é o pai da ação moderna, se filmes como Duro de Matar e O Exterminador do Futuro revolucionaram os filmes de ação, esta obra clássica do cinema da década de 70 foi quem estabeleceu a força dramática do gênero da época em Hollywood.

A trama, adaptada do livro de Robin Moore (por sua vez baseada numa história real), gira em torno de uma Nova York suja e corrupta e dois policiais da narcóticos, que rompem com a famosa simplicidade “tira bom” e “tira mau”, e que acabam por descobrir uma linha de tráfico de drogas chamadas “Operação França”. O charme principal deste filme reside na possibilidade deste ser um filme comum, mas pelas atuações, direção, entre outros aspectos técnicos, tornaram deste um filme memorável. A dupla de policiais Popeye Doyle e Buddy Russo (Roy Scheider) possui uma funcionalidade e química invejável, sendo assim as atuações de ambos os protagonistas tão interessante e digna de todos os aplausos.
Afinal, ambos os atores trabalham com tão pouco que o roteiro lhes dá, mas criam figuras complexas que ponderam, pensam, sentem culpa (ou não) dependendo da personalidade que cada um possui. Mas é mesmo a atuação de Hackman que se destaca, se o detetive Doyle poderia muito bem se tornar uma máquina de músculos inescrupulosa, o veterano ator (na atuação que lhe lançou como estrela) compõe seu personagem com carisma e energia, sem que com isso o espectador deixe de repudiar/balancear suas atitudes. É uma atuação extremamente complicada, digna do Oscar que Hackman venceu.
E toda essa energia é empregada na famosa cena de perseguição com a qual abri este texto. Uma aula de edição, montagem e direção (que só funciona com o resto do filme devido ao cinismo deste e da atuação que dá plausibilidade para tal cena) esta é com toda certeza um dos melhores momentos da história do cinema, dando uma lição a todos aqueles viciados em CGI e explosões que preenchem a tela e ensurdecem a platéia (Michal “Booom” Bay precisa revisitar alguns clássicos).
Operação França passa longe de ser um filme esquecível, afinal estamos falando de um filme de 1971 e que funciona como entretenimento de extrema qualidade, embora, sim, seja uma obra típica de seu tempo. Não perdendo de forma alguma seu realismo temático e estético até a ultima cena do filme, que é uma obra prima por seu cinismo, realismo e lealdade a personalidade de seus personagens... Na verdade, este é um belo resumo não só desta cena, mas como também do filme todo.











Han e Obi-Wan recomendam!

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