The French Connection
Direção: William Friedkin
Disponibilidade: Online, Dowload, Netflix
Por: Han Solo
Ok... Tá certo que William Friedkin é um diretor sem
senso algum de limite quando este quer alcançar um determinado resultado, mas a
cena de perseguição contida em Operação França é uma das coisas mais insanas
que já presenciei no cinema... E também uma das mais geniais. Friedkin não
fechou as ruas de Nova York para realizar uma perseguição envolvendo trens e
carros, não programou movimentos, ligou sua câmera, gritou "ação!" e simplesmente
saiu no encalço de Jimmy “Popeye” Doyle (Gene
Hackman). E o resultado é um só: Operação França é o pai da ação moderna, se
filmes como Duro de Matar e O Exterminador do Futuro revolucionaram os filmes de
ação, esta obra clássica do cinema da década de 70 foi quem estabeleceu a força
dramática do gênero da época em Hollywood.
A trama, adaptada do livro de Robin Moore (por sua
vez baseada numa história real), gira em torno de uma Nova York suja e corrupta
e dois policiais da narcóticos, que rompem com a famosa simplicidade “tira bom”
e “tira mau”, e que acabam por descobrir uma linha de tráfico de drogas
chamadas “Operação França”. O charme principal deste filme reside na possibilidade
deste ser um filme comum, mas pelas atuações, direção, entre outros aspectos
técnicos, tornaram deste um filme memorável. A dupla de policiais Popeye Doyle e
Buddy Russo (Roy Scheider) possui uma funcionalidade e química invejável, sendo
assim as atuações de ambos os protagonistas tão interessante e digna de todos
os aplausos.
Afinal, ambos os atores trabalham com tão pouco que
o roteiro lhes dá, mas criam figuras complexas que ponderam, pensam, sentem
culpa (ou não) dependendo da personalidade que cada um possui. Mas é mesmo a
atuação de Hackman que se destaca, se o detetive Doyle poderia muito bem se
tornar uma máquina de músculos inescrupulosa, o veterano ator (na atuação que
lhe lançou como estrela) compõe seu personagem com carisma e energia, sem que
com isso o espectador deixe de repudiar/balancear suas atitudes. É uma atuação
extremamente complicada, digna do Oscar que Hackman venceu.
E toda essa energia é empregada na famosa cena de
perseguição com a qual abri este texto. Uma aula de edição, montagem e direção
(que só funciona com o resto do filme devido ao cinismo deste e da atuação que
dá plausibilidade para tal cena) esta é com toda certeza um dos melhores
momentos da história do cinema, dando uma lição a todos aqueles viciados em CGI
e explosões que preenchem a tela e ensurdecem a platéia (Michal “Booom” Bay
precisa revisitar alguns clássicos).
Operação França passa longe de ser um filme
esquecível, afinal estamos falando de um filme de 1971 e que funciona como
entretenimento de extrema qualidade, embora, sim, seja uma obra típica de seu
tempo. Não perdendo de forma alguma seu realismo temático e estético até a
ultima cena do filme, que é uma obra prima por seu cinismo, realismo e lealdade
a personalidade de seus personagens... Na verdade, este é um belo resumo não só
desta cena, mas como também do filme todo.
Han e Obi-Wan recomendam!
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