terça-feira, 10 de maio de 2016

Crítica: "Angry Birds: O Filme"

Angry Birds: O Filme
(The Angry Birds Movie)
Data de Estréia no Brasil: 12/05/2016
Direção: Clay Kaytis, Fergal Reilly
Distribuição: Sony Pictures Releasing


     2016 é um ano crucial para as adaptações de video games ao cinema. Temos ao longo do ano lançamentos de grandes estúdios que adaptam famosas e populares sagas dos games, como por exemplo Assassin's Creed e World of Warcraft. Porém, poucos se lembravam que teríamos este ano também a adaptação de um jogo que ficou bastante famoso logo quando os smartphones se tornaram populares: Angry Birds. Com uma proposta extremamente simples, o joguinho dos pássaros que tentam recuperar seus ovos roubados por porcos logo se tornou uma febre mundial. Após alguns curta-metragens baseados no jogo, a Sony decidiu lançá-lo em formato de um longa metragem. Devo dizer que o resultado final me surpreendeu bastante, sendo uma das adaptações mais decentes de games para o cinema.     

        Assim como o jogo que o inspira, "Angry Birds" tem uma premissa absolutamente simples. O filme acompanha Red, um solitário habitante da ilha dos pássaros que tem problemas em se relacionar com o restante de sua sociedade, tendo constantes ataques de raiva e preferindo o isolamento. No que diz respeito à trama, "Angry Birds" não poderia ser mais formulaico, portanto não espere nada inovador nesta área. O filme segue uma estrutura narrativa muito comum a várias outras animações que a precederam, contando a história do outsider que em determinado momento torna-se importante para sua comunidade, conseguindo integrar-se através de uma certa ação heroica, nesse caso a luta contra os tais porcos ladrões de ovos. Em muitos aspectos, a estrutura de "Angry Birds" me lembrou muito a utilizada em dois filmes da Dreamworks: "Shrek" e "Kung Fu Panda".
         Os principais pontos positivos de "Angry Birds" estão localizados em seu aspecto visual. Logo nas cenas inicias somos apresentados a um mundo muito bonito, com uma impressionante riqueza de detalhes de construção de cenário, algo que ajuda muito a construir um mundo mais concreto no qual a ação do filme se passa. Destaco também de forma positiva como o filme consegue utilizar os "poderes especiais" de seus personagens do jogo para criar-lhes personalidades no filme. Dessa forma, acompanhamos a história através de verdadeiros personagens, não só pássaros genéricos que são atirados de um estilingue. Tudo isso dá um aspecto de autenticidade ao filme, fazendo-o parecer mais do que uma adaptação que confia plenamente no sucesso do jogo no qual se baseia. Nesse sentido, as dublagens brasileiras também funcionam, com boas escalações tanto de dubladores que estamos mais acostumados a ouvir, mas também de humoristas que já tem outros trabalhos na área, como por exemplo Marcelo Adnet e Dani Calabresa.
            Como já deve ter ficado claro a partir de minhas considerações sobre a premissa, "Angry Birds" é um filme para crianças. Não há no filme uma narrativa que funcione tanto como um filme para adultos como para crianças, como se tornou prática comum da Pixar e se expressa também no recente "Zootopia". Porém, uma decisão muito inteligente dos produtores de "Angry Birds" é inserir em meio ao filme certos "agrados" para o público adulto que está levando seus filhos ao cinema. O maior destaque nesse sentido é a abertura do filme, que toca inteira "Paranoid" do Black Sabbath, uma música de 1969. Na trilha sonora temos também "Behind Blue Eyes" e "Never Gonna Give You Up", músicas que certamente uma mínima parcela do público alvo do filme conhece, mas que exerce essa função de agradar aos adultos. Outro aspecto muito inteligente nesse sentido são alguns easter eggs do filme, como uma referência a uma cena de "O Iluminado" e à música "Hotel California" do Eagles.
           Esses momentos ocorrem com certa frequência no filme, mas não significam que seja possível encontrar em "Angry Birds" um significado a mais além de sua premissa extremamente simples, ou piadas mais adultas, como em "Shrek" por exemplo. No entanto, o longa da Sony consegue achar um certo equilíbrio muito parecido ao que podemos encontrar no jogo que o inspirou: algo muito simples, que todos podem usufruir e que rende um bom entretenimento durante sua curta vida útil. Ninguém vai se lembrar do filme ou do jogo como um clássico, que trouxe em si alguma mensagem. Mas como  um entretenimento passageiro, ambos são muito eficientes.



Bom


Por Obi-Wan

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