Por: Han Solo
Na ultima noite de
domingo ocorreu o Academy Awards, a premiação mais comercialmente importante de
Hollywood. Após uma premiação, de certa forma, morna, aqui vão as nossas considerações
finais sobre o evento que, teoricamente, premia os melhores filmes do ano
passado.
Foi uma cerimônia
sem muitas surpresas (quase nenhuma na verdade) na qual O Grande Hotel
Budapeste saiu como o grande vencedor e, infelizmente, Boyhood saiu como o
grande "perdedor", um título com o qual eu não concordo, mas que se
popularizou bastante nas noticias de hoje sobre a premiação.
No belo texto
escrito por Obi-Wan (Leia aqui), nós divulgamos nossos palpites e apostas e
no fim das contas meu amigo Jedi acertou 8 das nossas 12 apostas, enquanto eu
acertei 7 dos meus palpites. Nas categorias das quais errei não acreditei no
meu próprio voto, que acabou combinando com o da academia, enquanto Obi-Wan
errou justamente nos prêmios que não possuíam vencedores mais claros. Seja como
for, ambos consideramos que foi uma noite de certa forma justa no Oscar.
Neil Patrick Harris
foi um bom apresentador, porém chegou a dar pena do roteiro que lhe foi
entregue. Piadas horríveis que se concentravam em trocadilhos inacreditáveis com
certas personalidades cinematográficas foram entregue ao ator, o que é um desperdício
enorme devido o tamanho do seu timming cômico.
Uma verdadeira
surpresa foram os prêmios conquistados por Whiplash, um filme sensacional pouco
visto, que conseguiu roubar as estatuetas de Boyhood e Sniper Americano nas
categorias de Montagem e Mixagem de som respectivamente. As vitórias de Lubezki
e Ida ainda foram uma consagração à dois grandes trabalhos.
Só queria relembrar que Oscar não mede necessariamente qualidade, há uma série de elementos que não o colocam como um festival de Cannes, Veneza ou de Berlim que primam pelo valor artístico subjetivo.
Mas, sem mais
delongas, vamos aos trabalhos:
(Obs.:Me
concentrarei nas categorias principais e depois farei uma menção honrosa aos
demais ganhadores.)
Atuações:
Para melhor ator e
atriz coadjuvante, deu-se o mais óbvio e tiro certo, as vitórias sólidas de
J.K. Simmon e Patricia Arquette. A consagração do veterano ator foi mais do que
merecida em um filme no qual ele domina completamente desde a primeira cena,
enquanto Patricia Arquette, uma atriz subestimada pela maioria das pessoas, e
que arrebatou o único prêmio de Boyhood exaltando merecidamente a atuação sensível
e compromissada da atriz. Ambos os atores prestaram discursos muito bonitos,
mas o Arquette irá ecoar pelo resto da história com sua linda fala sobre a
busca da igualdade entre os sexos. Além do mais, o discurso da atriz marcou bem
o tom político da premiação.
A categoria de
Atuação principal era outra quase certa, por um momento houve até um clima de
que Michael Keaton pudesse vencer, tamanho a força que Birdman transmitiu
enquanto vencia prêmios, porém se deu o que se acreditava e Eddie Redmayne
levou pra casa a estatueta e Julianne Moore finalmente conseguiu a sua
consagração. Por mais que me doa pensar que Keaton já é mais velho e que Redmayne
poderia ter muitas outras chances de vencer, o jovem ator ganhou muito
merecidamente o prêmio devido a sua total entrega ao personagem. Julianne
Moore, por mais que não fosse a minha favorita, recebeu o prêmio que há muitos
anos já merecia com uma carreira magnífica sendo hoje uma das melhores atrizes
de sua geração.
Roteiros:
Os prêmios de
roteiro original e adaptado foi um caso à parte. Enquanto Birdman, que corria
lado a lado de O Grande Hotel Budapeste por roteiro original, saiu vencedor sem
qualquer surpresa, porém anunciando já a provável vitória da noite, em Roteiro
Adaptado devo admitir que não consigo juntar palavras para reclamar da vitória
de O Jogo da Imitação (um roteiro medíocre) justamente pelo discurso do jovem
Grahan Moore que, de uma sensibilidade verdadeira rara em seu roteiro, me fez
ver que o filme não merecia um prêmio, mas aquele garoto mereceu o sorriso em
seu rosto após subir ao palco. Quem merecia era realmente Whiplash, mas não
ousa falar nada de Grahan Moore. Sou humano ué...
Direção e Melhor Filme:
Quando a categoria
de melhor diretor foi anunciada para o egocêntrico Alejandro González Iñárritu
já era certo da vitória de Birdman como melhor filme, por esse motivo juntei
ambos nesta análise. Quando Linklater perdeu a categoria de diretor tenho
certeza de que ele sabia que estava perdendo pra melhor filme também. O prêmio
de direção para Boyhood e filme para Birdman era possível, na verdade provável,
mas o contrário não se aplicaria jamais.
Por mais que meus
votos fossem para Birdman nas duas categorias eu realmente acreditava na
vitória de Boyhood, afinal Oscar é propaganda e não existe propaganda maior do
que o próprio presidente dos E.U.A declarar o filme como o melhor do ano
(lembrem-se da primeira dama, dentro da própria casa banca, lendo o vencedor do
Oscar de 2013), além disso, o fato de Birdman ter vencido o PGA não é tão
relevante assim (mesmo que tal constante de coincidir os vencedores das duas premiações se dê a uma década agora), por exemplo, Birdman
bateu o tabu de desde 1981 de um filme que não foi indicado na categoria de
melhor montagem ter vencido na principal. De qualquer forma, Richard Linklater possui
uma carreira muito maior do que qualquer prêmio com seus filmes humanos e isso
não o abalará, enquanto eu tenho sérias ressalvas em relação a sanidade de
Iñárritu após a sua vitória, sendo este um dos diretores mais arrogantes em
atividade.
A verdade é que
qualquer aposta nessas duas categorias não era realmente certa, mas realmente tudo
apontava para a vitória do filme do diretor mexicano. O importante é que os
prêmios foram para pessoas que trabalharam e mereceram, não nos
relegando uma surpresa inacreditável como um O Discurso do Rei desse ano e
todos os filmes indicados melhor filme
ganharam pelo menos um prêmio.
- MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA.
Ida (Polônia)
Ida (Polônia)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
- Citizenfour
- Citizenfour
MELHOR ANIMAÇÃO
Operação Big Hero
Operação Big Hero
- MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Feast
Feast
- MELHOR FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki - Birdman ou a Inesperada Virtude da Ignorância
Emmanuel Lubezki - Birdman ou a Inesperada Virtude da Ignorância
- MELHOR MONTAGEM
Tom Cross - Whiplash - Em Busca da Perfeição
Tom Cross - Whiplash - Em Busca da Perfeição
- MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Alexandre Desplat - O Grande Hotel Budapeste
Alexandre Desplat - O Grande Hotel Budapeste
- MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Glory", de John Legend e Common - Selma: Uma Luta Pela Igualdade
"Glory", de John Legend e Common - Selma: Uma Luta Pela Igualdade
- MELHORES EFEITOS VISUAIS
Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher – Interestelar
Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher – Interestelar
- MELHOR FIGURINO
Milena Canonero - O Grande Hotel Budapeste
Milena Canonero - O Grande Hotel Budapeste
- MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
Frances Hannon e Mark Coulier - O Grande Hotel Budapeste
Frances Hannon e Mark Coulier - O Grande Hotel Budapeste
- MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Adam Stockhausen e Anna Pinnock - O Grande Hotel Budapeste
Adam Stockhausen e Anna Pinnock - O Grande Hotel Budapeste
- MELHOR MIXAGEM DE SOM
Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley - Whiplash - Em Busca da Perfeição
Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley - Whiplash - Em Busca da Perfeição
- MELHOR EDIÇÃO DE EFEITOS SONOROS
Alan Robert Murray e Bub Asman - Sniper Americano
Alan Robert Murray e Bub Asman - Sniper Americano
- MELHOR CURTA-METRAGEM
The Phone Call
The Phone Call
- MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM
Crisis Hotline: Veterans Press 1
Crisis Hotline: Veterans Press 1
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