quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Crítica: "A Colina Escarlate"

A Colina Escarlate
(Crimson Peak)
Drama/Fantasia/Romance - 2015 (Estados Unidos)
Data de Estréia no Brasil: 15/10/2015
Direção: Guilhermo del Toro
Distribuidora: Universal Pictures

Por Han Solo

Síndrome de Burton
- Em referência ao famoso cineasta Tim Burton, a “Síndrome de Burton” é um fenômeno patológico no qual o realizador de um filme se preocupa muito mais com aspectos técnicos (tanto visuais quanto sonoros) do projeto em questão. Resultando em obras belíssimas de se acompanhar por despertar sensações variadas em nossos sentidos.

      No caso do paciente “A Colina Escarlate” podemos perceber um cuidado fantástico na construção da propriedade que dá nome ao filme: de aparência velha, porém imponente em sua construção de múltiplos andares e quartos, a casa representa um elemento vivo e complexo. Desde o enorme buraco no teto que deixa entrar neve, à terra vermelha que parece tanto sair da casa (numa referência interessante ao sangue dentro dela) quando a inunda, até a alternância entre cômodos muito bem ornamentados com outros decadentes, tudo trás o sentimento de que o lugar respira (literalmente).

      Outro sintoma que encontramos em tal paciente é a meticulosidade com que a fotografia e o design de som foram construídos. Pode-se notar, por exemplo, a forma com que a cor que ilumina o cabelo de determinada personagem muda em um ponto chave para salientar um sentimento, ou mesmo o fato de que toda luz do lado de fora das casas que preenchem os cômodos acabam por surgir numa tendência ao verde, algo que acrescenta muito ao clima “fantasmagórico” proposto pelo filme. Quanto ao design de som, a utilização do som do vento, de uma colher raspando na boca de uma xícara e de um objeto perfurando a pele acrescentam à narrativa de forma absolutamente genial.
          Porém, alguns dos efeitos da síndrome se mostram muito problemáticos ao filme... digo, paciente. A previsibilidade do enredo, bem como o ato de deixar personagens secundários extremamente planos, não só apontam para uma falha de construção do roteiro (o que é perdoável em certos casos), mas também acabam estragando o que a direção planeja para o espectador: se acordes altos da música tema, bem como a mise en scène dos personagens apontam para uma surpresa do espectador, este já está com este ponto da história construído em sua cabeça há muito tempo, bem como seu final, algo que se mostra extremamente frustrante.
           Um dos transmissores da “doença” ao filme, Guilhermo del Toro, realizador sempre competente e pelo qual nutro profunda admiração, acabou por desde o processo publicitário do filme anunciá-lo como uma obra de terror. Sim, o filme flerta em sua estética com o terror gótico de forma maravilhosa (mesmo que seu fade out canse as vezes), mas no fim das contas trata-se de um romance, que flerta com o terror e se transforma num thriller. A direção sempre elegante e pontual de del Toro se encaixa no ritmo que este propôs ao filme, mesmo que este não reserve tanto interesse aos seus personagens quanto a casa que estes habitam.
         Aliás, as atuações reservam momentos inspirados que nos fazem acreditar numa possível melhora no quadro clinico de “A Colina Escarlate”. Se Jessica Chastain surge imponente em seu tom severo que logo vai se desdobrando em uma personagem tanto “vilanesca” quanto trágica que é Lucille Sharpe, Mia Wasikowska consegue ainda carregar o filme como protagonista ainda que não possua tanto carisma. Mas o maior destaque se deve a Tom Hiddleston que compõe seu Thomas Sharpe a partir dos pequenos detalhes de voz e maneirismos elegantes (note como que este varia a forma com que beija sua esposa em pontos distintos da projeção) enquanto o espectador não deixa nunca de perceber tanto o melhor quanto o pior lado de sua personalidade.

Diagnóstico: o paciente “A Colina Escarlate” apresenta bons resultados quanto ao seu tom de narrativa, referências à Drácula e sua direção de arte. Não sendo de forma alguma um filme ruim, ou mesmo chato, apenas cansa com sua previsibilidade no roteiro enquanto a direção adiciona bons momentos gráficos. A “Síndrome de Burton” não representa possibilidade de óbito, mas danifica a qualidade de vida do paciente em questão.

Precauções/tratamento: Revisão de roteiro/Tempo suficiente para que o espectador esqueça o “plot”.







Bom

Um comentário:

  1. A história é boa e bastante divertida. Um muito bom filme que vale a pena ver. Tem uma visão muito particular na hora de dirigir seus filmes. Adorei como fizeram a historia por que não tem nenhuma cena entediante. É uma produção espetacular. Charlie Hunnam se compromete muito com o personagem. Considero que madurou como ator. É o ator mais bonito e adorei vê-lo neste filme. Tambem vi no filme Rei Arthur. Ele sempre surpreende com os seus papéis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções.Seguramente o êxito de filme Rei Arthur de deve-se a participação de Charlie Hunnam porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Vi este filme por que amo aos atores que participam nele.

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